Natura confirma intenção de compra de parcela da Avon

A Natura Cosméticos (NATU3) confirmou a possibilidade de compra de parcela da norte-americana Avon. Tanto as operações da Avon nos Estados Unidos da América (EUA), cuja operação é por meio de capital fechado, quanto às operações da empresa no restante do mundo, via capital aberto.

“A esse respeito, a Companhia confirma que vem mantendo discussões com a Avon Products, Inc. a respeito de potencial transação envolvendo ambas as companhias. Natura não pretende fazer comentários adicionais neste momento, porém comunicará ao mercado quando apropriado”, disse a possível compradora em fato relevante divulgado nesta sexta-feira (22).

A Natura e a Avon operam com a venda de cosméticos por meio de uma rede de revendedores. A brasileira, por sua vez, possui uma cadeia de lojas, a Body Shop.

Os cenários da Avon e da Natura são opostos. A norte-americana apresentou uma receita trimestral abaixo das estimativas na última divulgação de resultados.

A companhia perdeu representantes de vendas e viu cair a demanda por seus produtos na América Latina. As ações chegaram a cair até 19% após a publicação do balanço.

A Natura, por sua vez, vive um bom momento. As ações da empresa subiram após a última divulgação dos resultados, mostrando um crescimento no lucro de 48% no quarto trimestre de 2018.

Saiba mais – Natura ganha investidores na bolsa após resultados positivos 

Como a compra beneficiaria a Natura

De acordo com análise do “Valor Econômico”, que tomou por base os dados de 2017 do Euromonitor International, a Natura aumentaria a participação no mercado brasileiro de higiene pessoal e beleza para cerca de 17%. Isso caso adquirisse toda a fatia da Avon no mercado brasileiro.

Afinal, as vendas da Avon e da Natura representaram, respectivamente, em 2017:

  • 5,6%
  • 11,7%

No mesmo ano dos dados coletados, a Natura recuperou o primeiro lugar nas vendas de cosméticos e cuidados pessoais no País. Os principais concorrentes ocuparam venderam:

  • Unilever: 11,1% das vendas.
  • Grupo Boticário: 10,8% (desconsiderando a aquisição da Vult Cosmética, que ocorreu em março de 2018).
  • L’Oréal: 7,3% das vendas.
  • Colgate-Palmolive: 6,6% das vendas.
  • Procter & Gamble: 5% das vendas.
  • Johnson & Johnson: 4,1% das vendas.
  • Coty: 3,9% das vendas.
  • Beiersdorf (dona da Nivea): 3,1% das vendas.

Especialistas ouvidos pelo “Valor Econômico” consideram que a eventual aquisição da Avon pela Natura não seria barrada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Amanda Gushiken

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