Mourão diz que prisão de Temer causa ‘ruídos’ na relação com Congresso

O vice-presidente Hamilton Mourão voltou a falar na última quinta (21) sobre a prisão do ex-presidente Michel Temer na Lava Jato, mais cedo. Se antes ele havia dito que a ação da Polícia Federal não influenciaria na votação de pautas no Congresso, agora ele expressava que havia, sim, preocupação.

“A preocupação é total [com a base necessária para a aprovação da reforma da Previdência] e nós vamos ter que trabalhar lá dentro do Congresso. É a conquista de corações e mentes”, afirmou Mourão, na saída do Palácio do Planalto. Ele assumiu interinamente a Presidência em razão da viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Chile.

Saiba mais: Entenda como a prisão de Temer pode afetar a reforma da Previdência

Embora o vice-presidente reconhecesse o impacto na relação com o Congresso, ele disse que isso vai passar em breve. “Tem ruído, vai ficar esse ruído, mas vamos aguardar, daqui a pouco pode ser que ele [Michel Temer] seja solto. Vamos ver o que vai acontecer”, afirmou.

Saiba mais: Veja os dois eventos que derrubaram o Ibovespa nas últimas 24h

Mais cedo, ele havia rechaçado ligação entre a prisão de Temer e as atividades legislativas. “Eu acho que não [atrapalha a aprovação da reforma]. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”, declarou. Para ele, “daqui a pouco, volta e meia um ministro qualquer dá um habeas corpus pra ele”.

A mais recente ação da Lava Jato, no entanto, mexeu com os ânimos do mercado, que sentiu os riscos para a reforma da Previdência, e dentro do Congresso. O Ibovespa desabou após a repercussão do caso. Por volta das 12h20 da última quinta, cerca de uma hora após a prisão de Michel Temer, o índice registrava uma queda de 1,75%, a 96.324,86 pontos. Acabou fechando em baixa de 1,34%, a 96.729,08.

Saiba mais: Célio Moura crê que prisão de Moreira Franco seja ‘vingança’ de Moro

A Folha de S.Paulo publicou nesta sexta, na coluna Painel, que a prisão de Moreira Franco, ex-ministro de Temer que foi preso junto do ex-presidente, que é sogro do presidente da Câmara Rodrigo Maia, gerou solidariedade ao parlamentar. Aliados de Maia teriam decidido jogar para escanteio a reforma da Previdência e se dedicar a aprovar um projeto que pune o abuso de autoridade pela Justiça.

Guilherme Caetano

Compartilhe sua opinião