MMX (MMXM3): CVM analisará reclamação sobre oscilações de papéis

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou nessa sexta-feira (23) que vai analisar a reclamação sobre possíveis responsabilidades referente “às oscilações extraordinárias” dos papéis das companhias MMX (MMXM3) e da OSX (OSXB3), de Eike Batista, em outubro. A reclamação foi apresentada pela Associação Brasileira de Investidores (Abradin).

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Na reclamação, o presidente da Abradin, Aureliano Valporto, considera que o comportamento das ações da MMX e da OSX no mercado sinalizam um “efeito manada e especulação pura”.

Nesse sentido a queixa aponta que “essa valorização pode parecer maravilhosa à primeira vista, mas esta volatilidade anormal, sem embasamento fático, certamente arruinou muitos bolsos, principalmente os novos investidores, recém-chegados na bolsa de valores, que desconhecem o histórico de golpes aplicados por meio destas bolhas, fruto de movimentos especulativos”.

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Com isso, a entidade solicitou que a Comissão de Valores Mobiliários apure eventual cometimento de atos ilegais, bem como práticas não-equitativas nos movimentos de compra e venda das ações das companhias, e assim, aplique as penalidades previstas na lei.

A autarquia, por sua vez, confirmou “o recebimento da consulta mencionada em sua demanda, que será analisada pela Autarquia. A CVM não comenta casos específicos”.

Variação nos papéis da MMX e OSX

O órgão que representa investidores minoritários, aponta que, no dia 5 de outubro, as ações da MMX eram negociadas em R$ 1,80, e então no dia 14 do mesmo mês chegaram a ser negociadas a R$ 58,45, o que equivale a uma alta de 3.094% em comparação com o dia 5. Contudo, no dia 14, os papéis fecharam cotados a R$ 17.

Em relação ao volume, destacou que antes girava em torno de R$ 50 mil, mas no dia 14, o volume diário de negociações era de R$ 110 milhões.

Os papéis da OSX, por sua vez, estavam cotados a R$ 4,4 em 5 de outubro, e no dia 14 atingiram a máxima de R$ 44.

O movimento altamente instável dos papéis da companhia de Batista neste mês tiveram início após um fato relevante ter sido publicado no dia 30 de setembro, onde a empresa diz que registrou um pedido feito à Justiça para a retomada da extração de minério de ferro nas mina Emma e Lais. As minas ficam localizadas em Corumbá (MS), e são controladas pela mineradora Vetorial.

De acordo com a nota, a exploração da mina “pode ser de grande relevância econômica para a companhia”. A companhia afirmou que, caso obtenha sucesso na tentativa, “será possível viabilizar de forma ainda mais consistente a recuperação judicial” e potencializar a capacidade da empresa para a produção e venda da commodity.

Em comunicado divulgado na última sexta-feira (16), a Vetorial afirmou que detém legalmente a posse direta e exclusiva de toda a lavra da Mina Lais e da Mina Emma, e salientou que não há razões para especulações como as feitas pela mineradora de Eike.

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Em meados de 2020, o empresário e acionista da MMX foi condenado a oito anos de prisão em regime semiaberto por manipulação do mercado de capitais com a divulgação de informações falsas referentes à operação de sua petroleira OGX. A companhia foi uma das mais famosas da Bolsa brasileira na década de 2000, mas se mostrou uma das grandes fraudes da história do mercado de capitais do País.

Última cotação

No pregão dessa sexta-feira, as ações da MMX, negociadas na B3 sob o ticker ‘MMXM3’ fecharam em queda de 5,47%, cotadas a R$ 16,60. Já as ações da OSX, negociadas sob o código ‘OSXB3’, fecharam em queda de 2,40%, cotadas a R$ 14,64.

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Laura Moutinho

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