Microsoft decide congelar negociações para compra do TikTok

A Microsoft decidiu pausar as negociações para a compra do app de compartilhamento de vídeos TikTok. A decisão foi comunicada neste sábado (1) após a informação que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seria contrário a operação.

A Microsoft estava em negociações avançadas com a controladora do TikTok, a empresa chinesa Bytedance para adquirir o software. O acordo eliminaria a intenção da Casa Branca de proibir o aplicativo nos Estados Unidos.

Entretanto, para aprovar a compra Trump agora exigiria que o aplicativo faça concessões adicionais, entre as quais criar 100 mil novos empregos nos Estados Unidos nos próximos cinco anos.

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Ainda não é claro se os concorrentes da Microsoft na compra do TikTok, os investidores, liderados pelos “venture capitalists” General Atlantic e Sequoia Capital, prosseguirão com as negociações ou não.

Trump quer proibir o TikTok

Na noite da última sexta-feira (31) Trump tinha declarado que iria proibir a rede social em território norte-americano. A decisão de banir o aplicativo foi tomada após as autoridades americanas indicarem a possibilidade da plataforma ser usada pela inteligência chinesa como ferramente da espionagem.

“Em relação ao TikTok, vamos proibi-lo nos Estados Unidos”, declarou Trump falando com jornalistas durante uma viagem a bordo do avião presidencial Air Force One.

O mandatário dos Estados Unidos vinha sinalizando a intenção de proibir o TikTok há semanas. O aplicativo de vídeos é muito popular entre os jovens do mundo inteiro, superando o bilhão de usuários e mais de dois bilhões de downloads. Entretanto, o programa pertence à ByteDance, uma empresa chinesa, e é acusado de não garantir a proteção dos dados armazenados.

O governo dos EUA não é a primeira entidade que decidiu proibir o aplicativo. No começo de julho a Amazon pediu a seus funcionários que deletassem a rede social de mini-videos citando “riscos à segurança”.

No e-mail enviado aos funcionários, a empresa informou da necessidade de excluir o aplicativo de qualquer dispositivo que “acesse o email da Amazon”. Caso eles não deletem o app, não terão mais acesso a caixa eletrônica da varejista.

O aplicativo conhecido por seus vídeos cativantes de dança e dublagem aumentou em popularidade este ano em meio à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). Cerca de 315 milhões de usuários baixaram o TikTok no primeiro trimestre do ano, o maior número de downloads para um aplicativo em um único trimestre na história, de acordo com a empresa de pesquisa Sensor Tower, elevando seu total de usuários para mais de 2,2 bilhões ao redor do mundo.

Saiba mais: Amazon pede para seus funcionários deletar TikTok por razões de segurança

Além das preocupações de que o TikTok pudesse coletar dados sobre os americanos, as autoridades de Washington estão preocupadas com o fato do aplicativo ser usado para espalhar propaganda chinesa e com a possibilidade dos controladores da plataforma estarem censurando certos tipos de conteúdo para apaziguar Pequim.

O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, declarou há dois dias que o presidente Trump seria informado sobre o resultado da revisão que estava sendo realizada pelo Comitê sobre Investimentos Estrangeiros nos EUA (CFIUS, na sigla em inglês) ainda nesta semana.

A rede social chinesa de vídeos curtos registrou um dos melhores resultados referente ao primeiro trimestre da história e, à medida que foi ganhando popularidade, também entortou sobrancelhas nos Estados Unidos.

Saiba mais: TikTok é avaliado em US$ 50 bilhões por investidores da ByteDance

O governo americano mostrou desde o início preocupações com a potencial capacidade do governo chinês utilizar o aplicativo para espionar cidadãos estadunidenses. Com isso, a rede social se tornou campo do embate sociopolítico entre as duas maiores potências comerciais do planeta.

O TikTok foi acusado pela segurança de sua plataforma e suas práticas de privacidade, sugerindo que dados coletados pela empresa poderiam ser compartilhados com Pequim. O presidente Trump afirmou no início deste mês que estava considerando banir a rede social em retaliação ao modo como a China administrou a pandemia do novo coronavírus.

O TikTok, por sua vez, vem tentando se distanciar do controle exercido pelo governo chinês e procurando provar ao público que nenhum dado é armazenado na China. Nesse sentido, a empresa, com sede em Los Angeles, nos Estados Unidos, argumenta que sua operação é independente e dissociada de Pequim.

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Em um comunicado publicado esta semana, o CEO do aplicativo, Kevin Mayer disse que a empresa estava comprometida com a transparência. “O TikTok se tornou o alvo mais recente, mas não somos o inimigo”, disse o executivo.

Carlo Cauti

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