Ex-presidente Michel Temer é preso na Operação Lava Jato

O ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, foram presos na manhã desta quinta (21) pela força-tarefa da Lava Jato no Rio. Os agentes da Polícia Federal ainda tentam cumprir um mandado de prisão contra o ex-ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).

Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. A localização de Michel Temer estava sendo rastreada desde a última quarta (20), sem sucesso. Sua prisão era para ter sido executada mais cedo nesta quinta, mas as dificuldades atrasaram a operação.

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A ação foi fundamentada em delação do ex-operador do MDB, Lúcio Funaro, homologada em 5 de setembro de 2017 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As declarações de Funaro relatam como funcionavam os esquemas de corrupção no Congresso, comandados por caciques do partido, como Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima, Moreira Franco, Tadeu Filippeli, ex-assessor especial do gabinete de Temer, e o ex-presidente.

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A Lava Jato cruzou os dados fornecidos por Funaro com planilhas entregues à Justiça pelos doleiros Vinícius Claret, o Juca Bala, e Claudio Barbosa, o Toni. Segundo a operação, eles tinham como função enviar dinheiro para o exterior na conta de políticos e empresários. Nas informações entregues à Justiça constam transferências para o operador de Eduardo Cunha, Altair Alves Pinto, apontado pelos doleiros como o “homem da mala”, responsável por repassar dinheiro do ex-deputado para Temer.

Nos documentos em posse da Lava Jato há informações do doleiro sobre diversos assuntos, tais como as relações do Congresso com a JBS, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, e sobre como evitar que outros alvos da operação fizessem delação premiada.

Michel Temer foi o 37º presidente da República do Brasil. Ele assumiu o cargo com o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, em decorrência do processo de impeachment pelo qual passava, e foi empossado definitivamente em 31 de agosto de 2016.

Foi eleito como vice de Dilma duas vezes, chegando até a ser coordenador político de sua campanha. A relação entre os dois se deteriorou rapidamente em 2015, após a segunda vitória da petista.

Neste momento, o País tem dois ex-presidentes presos, algo inédito na história do Brasil.

Mais informações em instantes.

Guilherme Caetano

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