Balanços da semana

Merkel critica tarifas de Trump e afirma: “Temos de estar abertos ao mundo”

A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, criticou a política de tarifas sobre importações do presidente americano, Donald Trump. A declaração da premiê ocorreu durante discurso na Universidade de Havard na última quinta-feira (30). Assim, na ocasião, ela defendeu o multilateralismo e o livre comércio.

“O protecionismo e os conflitos comerciais colocam em perigo o livre comércio e as fundações básicas da nossa prosperidade”, disse Merkel. Além da crítica às taxas impostas recentemente pelos Estados Unidos, ela também alertou sobre consequências com a criação do muro na fronteira com o México.

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“Mais do que nunca, temos de pensar de forma multilateral, em vez de unilateralmente, e agir de forma global, em vez de marginal. Temos de estar abertos ao mundo, em vez de ser nacionalistas. Temos de agir em conjunto, e não sozinhos”, disse. A premiê declarou ainda que é preciso ter cuidado com a distorção da verdade.

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Merkel contra tarifas ao México

A declaração de Merkel ocorreu no mesmo dia em que Trump anunciou uma taxa de 5% sobre produtos vindos do México. A medida do magnata tem como objetivo conter a imigração ilegal de mexicanos aos EUA. Dessa forma, com a taxa, o país espera que o México tome medidas para evitar a imigração da população.

Assim, as novas tarifas sobre importações do país vizinho entram em vigor no próximo dia 10. Como justificativa para a barreira comercial, o presidente norte-americano usou a detenção do maior grupo de imigrantes ilegais no país. De acordo com Trump, a polícia americana deteve mais de mil pessoas na quinta-feira.

Yesterday, Border Patrol agents apprehended the largest group of illegal aliens ever: 1,036 people who illegally crossed the border in El Paso around 4am. Democrats need to stand by our incredible Border Patrol and finally fix the loopholes at our Border! pic.twitter.com/6K1rIUzorM

— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 30 de maio de 2019


Além disso, a taxação terá um aumento gradual. Dessa forma, a cobrança fica da seguinte forma:

  • 5% em 10 de junho;
  • 15% a partir de 1 de agosto;
  • 20% a partir de 1 de setembro;
  • 25% a partir de 1 de outubro.

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Guerra comercial

Ao alcançar os 25%, a taxa imposta por Trump ao México será igualada a imposta à China. Isso porque no início de maio, o líder americano anunciou que aumentaria as tarifas sobre as importações chinesas como forma de retaliação. Isso ocorre porque, segundo os EUA, a China não cumpriu com termos de acordos comerciais.

Assim, os produtos chineses já entram no país norte-americano sobre uma taxa de 25%. Dessa forma, mais de US$ 200 bilhões em importações da China foram atingidos.

Por sua vez, os asiáticos retaliaram e também aumentaram a tarifa sobre US$ 60 bilhões em importações americanas. Em uma tréplica, Trump atingiu a gigante de tecnologia chinesa Huawei. Atualmente, a empresa tentar processar os Estados Unidos na Justiça americana. Enquanto isso, a China busca meios de reagir à imposição do rival.

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A guerra comercial entre as duas potências tem impactado nos mercados do mundo todo. Além disso, a disputa já gerou alertas do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o órgão, o conflito entre os países deve levar à desaceleração do comércio mundial. Assim, como consequência, o PIB global também deve sofrer reduções.

Beatriz Oliveira

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