Marinha escolhe consórcio com Embraer para compra navios por R$ 6,4 bi

A Marinha brasileira escolheu um consórcio do qual participa a Embraer, o Águas Azuis, para fornecer até quatro corvetas às Forças Armadas. A fabricante brasileira está associada à TKMS, selecionada junto do estaleiro Aliança e outras empresas.

Trata-se de corvetas lançadoras de mísseis da classe Tamandaré, parte do programa estratégico de renovação dos equipamentos navais. O contrato será assinado até o fim do ano e a Marinha estuda a construção, a longo prazo, de até 12 unidades desses mísseis.

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O negócio é estimado em US$ 1,6 bilhão (R$ 6,4 bilhões, caso fossem pagos de uma só vez atualmente). Os navios devem ser entregues entre 2024 e 2028. A Marinha diz que um dos pontos positivos ao consórcio foi o grau de nacionalização dos navios. Das quatro corvetas, uma terá 31,6% de conteúdo local, enquanto as outras três terão 41%. Eles serão finalizados no Brasil, no Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro.

A aquisição chega para fortalecer a defesa marítima do País. O Brasil possui apenas três corvetas e oito fragatas, navios de maior porte, responsáveis por essa função. Sem ser renovada, essa frota de defesa poderia cair pela metade até 2028.

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A indústria naval brasileira fez pressão para o fechamento do negócio. O setor foi bastante afetado pela queda de receita por causa da interrupção de muitas operações da Petrobras após a Lava Jato.

A italiana Fincantieri e os franceses Naval Group e o consórcio Damen/Saab estavam no páreo, mas foram derrotados, apesar do favoritismo para levar a transação.

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Para escolher o consórcio vencedor, a Marinha analisou 215 parâmetros técnicos. Cerca de 2 mil empregos diretos e 6 mil indiretos devem ser criados para a construção das corvetas.

A Embraer se dá bem com o negócio, já que vendeu sua divisão mais lucrativa, a de aviação civil, à Boeing. Agora, a fabricante estará focada na área de defesa e de jatos executivos.

Guilherme Caetano

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