Marcelo Odebrecht acusa CEO da Braskem em depoimento à Justiça de SP

Marcelo Odebrecht acusou o diretor-executivo da Braskem, Roberto Simões, de ocultar informações da Justiça sobre caixa dois em 2014. O intuito do executivo seria proteger seu filho, Marcos Simões, que era advogado da Odebrecht e acompanhava as delações feitas pelos executivos da empresa. As informações são da “Veja” e foram publicadas neste sábado (17).

Os imbróglios com a Braskem não são de hoje. Em julho do ano passado, Marcelo Odebrecht acusou a petroquímica de omitir e manipular em seus acordos de delação e leniência.

De acordo com Marcelo, o objetivo dessas atitudes da petroquímica seria defender executivos que não queriam aparecer como criminosos. Ele afirmou que a manipulação foi feita por dois ex-dirigentes da Braskem, Newton de Souza e o advogado Maurício Ferro. O primeiro presidiu a Odebrecht após Marcelo ser preso em 2015, e o segundo foi membro da diretoria jurídica da Braskem e da Odebrecht.

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Justiça determina bloqueio de R$ 143,5 milhões de Marcelo Odebrecht

Em março deste ano, a Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 143,5 milhões em bens de Marcelo Odebrecht. A medida foi feita a pedido do próprio grupo Odebrecht.

O grupo Odebrecht fechou um acordo com Marcelo há pouco mais de três anos, pagando ao ex-presidente da empresa para garantir sua colaboração nos processos. Neste ano, a companhia decidiu reaver o dinheiro pago. Segundo a empresa, o negócio foi fechado em um momento importante das investigações, quando a colaboração do herdeiro era fundamental. A Odebrecht disse que o acordo foi resultado de chantagens.

A companhia solicitou segredo de justiça para o caso, para garantir que não houvesse intervenções. A Justiça, no entanto, negou o pedido.

A Odebrecht afirmou na Justiça que o pagamento feito a Marcelo Odebrecht foi um ato de liberalidade cometido pela administração em benefício de um acionista, contra os interesses da sociedade. Ademais, a decisão não teria cumprido nenhum rito oficial, como por exemplo a aprovação formal em reunião do conselho de administração ou em assembleia de acionistas.

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Juliano Passaro

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