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Macron reage aos coletes amarelos e anuncia aumento do salário mínimo

O presidente da França, Emmanuel Macron, prometeu aumentar o salário mínimo em pronunciamento oficial na TV, nesta segunda-feira (10).

O anúncio ocorre após quatro semanas seguidas de protestos pelo país, sobretudo em Paris, liderados pelos chamados “coletes amarelos” (gilets jaunes, em francês).

Fora o aumento do salário mínimo em 100 euros, que atualmente é de 1.185 euros líquido (1.498 euros bruto), Macron declarou que as horas extras de trabalho não estarão sujeitas a impostos e outras taxas. Também disse que não haverá aumento de imposto sobre fortunas. As medidas são válidas a partir de janeiro.

Além disso, Macron prometeu um debate “sem precedentes” na condução de uma reforma profunda do Estado francês.

Saiba mais: Quem são e o que querem os coletes amarelos que protestam na França

“Eu sei que machuquei alguns de vocês pelas coisas que eu disse. Mas eu quero ser claro com vocês esta noite: se eu lutei para sacudir o sistema, é justamente porque eu quero servir ao nosso país e porque o amo”, declarou o presidente. Ele foi eleito na onda da renovação política, catalisada pelo En Marche! (Em Marcha!, em francês), movimento fundado por ele próprio.

A causa dos protestos dos coletes amarelos

As medidas são uma resposta contra os violentos protestos que se espalharam pela França no último mês. Os coletes amarelos são manifestantes que foram às ruas inicialmente contra a alta no preço do combustível. O objetivo do governo era desincentivar o uso de combustíveis fósseis por questões ambientais. Por isso, o protesto acabou atraindo muitos caminhoneiros.

Essa categoria é obrigada a utilizar coletes amarelos dentro dos veículos para que, em caso de acidentes, por exemplo, possam ser facilmente identificáveis. Daí, então, o nome do movimento.

Desde então, as manifestações dos coletes amarelos cresceram sem controle. Foram adotadas pela extrema-direita e pela esquerda populista. As reivindicações também se dispersaram e evoluíram para uma insatisfação generalizada. Com isso, Emmanuel Macron passou a enfrentar pedidos de destituição. Viu-se, portanto, obrigado a responder com medidas práticas.

Guilherme Caetano

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