M. Dias Branco (MDIA3) e Mondelez revisam projeções para 2020

O vice-presidente de investimentos e controladoria da M. Dias Branco (MDIA3), Gustavo Theodozio, e o presidente da Mondelez Brasil, Liel Miranda, afirmaram que revisaram seus planos para 2020, devido aos impactos causados pela pandemia de coronavírus (Covid-19). A informação foi divulgada nessa quarta-feira (3) durante uma live do ‘Valor’.

O representante da M. Dias Branco declarou que “faz parte dos planos da companhia a expansão internacional, começando pela América do Sul, com a exportação de produtos e, futuramente, por meio de fusões e aquisições ou expansão orgânica. Esse projeto deixamos em espera agora. É momento de proteger o caixa”.

Em contrapartida, Theodozio salientou que “existe uma oportunidade gigantesca de expansão da marca Piraquê, que tem vendas muito concentradas no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. A expansão faz parte do trabalho para minimizar os efeitos da crise“.

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Vale destacar que a companhia é dona das marcas:

  • Vitarella;
  • Adria;
  • Piraquê;
  • Richester.

Além disso, Theodozio e Miranda destacaram que ambas as empresas estão desenvolvendo embalagens menores para seus produtos no mercado interno. Desse modo podem atender consumidores com uma renda menor.

Segundo o presidente da Mondelez, ocorreram algumas mudanças em relação ao comportamento dos consumidores devido a pandemia de coronavírus. Frente a esse novo cenário, a empresa adequou suas operações.

De acordo com Miranda, os alimentos que são produzidos para serem consumidos em casa “como biscoitos, chocolates, bebidas em pó” preservaram sua demanda. Entretanto, o executivo destacou que tudo o que é compra de impulso, como bombons, balas e gomas, que são vendidos principalmente em bares, restaurantes e pequenos varejos, sofreram queda no volume”.

Vendas durante a pandemia

Em relação as vendas dos produtos durante a pandemia, Miranda salientou que a companhia observou um decréscimo em relação ao pequeno varejo. Ele  ainda espera finalizar o ano com uma “pequena queda” nas vendas. Apesar disso, o executivo declarou que não teve problemas com a produção ou com a distribuição dos produtos durante esse período.

Em contrapartida a M. Dias Branco observou um aumento nas vendas entre março e abril desse ano.

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Além disso, os executivos comentaram sobre as brigas políticas, e Theodozio afirmou que “essas brigas do Executivo com o Legislativo e o Judiciário geram uma volatilidade absurda no câmbio”. “A volatilidade do câmbio no Brasil está indo além do que tem acontecido no mundo e isso é fruto das incertezas que temos visto no país”.

Já Miranda salientou que “não há desinteresse em investir apenas no Brasil, mas na América Latina como um todo. O epicentro da Covid-19 agora é a América Latina. Há algumas semanas eram os Estados Unidos”.

Resultados da M. Dias Branco no 1T20

A M. Dias Branco registrou um crescimento de 140,8% em seu lucro líquido no primeiro trimestre de 2020.

Já a receita líquida, passou de R$ 1,316 bilhão no 1T19 para 1,636 no 1T20, com um aumento de 24,3%. Entretanto, no último trimestre de 2019 tinha sido de R$ 1,694, mostrando uma queda de 3,4% em relação ao primeiro trimestre de 2020.

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Por fim, o lucro líquido da M. Dias Branco passou de R$ 56,9 milhões no primeiro trimestre de 2019 para R$ 137,0 milhões nos primeiros três meses de 2020. Entretanto, no último trimestre de 2019 esse valor tinha sido de R$ 264,9 milhões, registrando portanto uma queda de 48,3% em relação ao período janeiro-março 2020.

Laura Moutinho

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