Lyft suspende atividades na Califórnia

O aplicativo americano de transporte urbano, Lyft (NASDAQ: LYFT),  anunciou nessa quinta-feira (20) que vai suspender suas operações na Califórnia a partir da meia-noite

A Lyft alegou que interromperá suas atividades em função da lei estadual que exige que os motoristas tornem-se funcionários dos aplicativos até sexta-feira.

A nova regulamentação restringe o direito das empresas de classificar os trabalhadores como contratantes independentes, ou seja, concede direitos trabalhistas aos motoristas dos aplicativos, como licença médica e outros benefícios que tornaram-se essenciais durante o período de pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19).

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O Estado da Califórnia processou a Uber e Lyft em maio desse ano sob a acusação de violar a lei por parte das empresas por não tratarem seus trabalhadores como empregados formais.

Os aplicativos de transporte urbano declararam que são plataformas que têm o objetivo de conectar os motoristas com os passageiros e não são empresas de transporte. Portanto, segundo a defesa de ambas, os motoristas não fazem parte do negócio da empresa.


“Em vez disso, o que os políticos de Sacramento [capital da Califórnia] estão promovendo é um modelo de emprego que quatro em cada cinco condutores não apoiam. Essa mudança também exigiria uma revisão de todo o modelo de negócios, e não é um interruptor que pode ser acionado durante a noite”, completou a Lyft.

No total, as ações da Uber e Lyft  caíram 3,5%  e 39,3%, respectivamente em 2020. Enquanto índice S&P 500 subiu 4,6% desde o começo do ano.

Uber enfrenta mesmo problema da Lyft

O Uber (NYSE: UBER) também informou no dia 11 de agosto que poderá ser obrigado a encerrar suas atividades na Califórnia caso a decisão judicial que ordena que a companhia rival Lyft reclassifique seus motoristas como funcionários, entre em vigor.

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A multinacional que atua na área de transporte privado urbano, por sua vez, alegou em seu processo judicial que a paralisação das operações seria irreparavelmente desfavorável, tanto para a companhia, bem como para seus colaboradores.

O presidente-executivo da companhia, Dara Khosrowshahi, afirmou à CNBC nessa quarta-feira (12) que “se o tribunal não reconsiderar, então na Califórnia, é difícil acreditar que seremos capazes de mudar nosso modelo para ter contratados em tempo integral rapidamente”.

Segundo a empresa, a decisão representaria o maior golpe para o modelo de negócios dos aplicativos de transporte urbano.

A medida é vista como uma vitória para o procurador-geral da Califórnia, cujo processo, apoiado por procuradores-gerais de São Francisco, San Diego e Los Angeles, argumentou que os motoristas da Uber e Lyft enfrentam danos imediatos por não receber o mesmo tratamento, direitos e benefícios que um funcionário formal.

O juiz do Tribunal Superior estadunidense, Ethan Schulman, concedeu uma liminar com prazo de 10 dias ordenando a reclassificação, que aplicaria imediatamente uma lei promulgada no ano passado. Segundo as duas empresas, tal medida tornaria seus negócios inviáveis no estado da Califórnia.

Os eleitores da Califórnia irão decidir em novembro sobre uma medida para isentar os trabalhadores de aplicativos, da lei citada no caso atual. Uber, Lyft e outras empresas do setor que cresce cada vez mais no mundo, dedicaram mais de US$ 100 milhões para fazer campanha pela isenção dessa lei.

O Uber disse que a “grande maioria” de seus motoristas queria trabalhar de forma independente e “já fizemos mudanças significativas em nosso aplicativo para garantir que esse continue sendo o caso sob a lei da Califórnia”.

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Uma porta-voz da Lyft disse: “Os motoristas não querem ser funcionários, ponto final. Vamos apelar imediatamente desta decisão e continuar lutando por sua independência. Em última análise, acreditamos que essa questão será decidida pelos eleitores da Califórnia e que eles ficarão do lado dos motoristas ”.

Rafaela La Regina

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