Lyft, a maior rival da Uber, registra seu pedido de IPO nos Estados Unidos

A Lyft, maior rival da Uber, registrou nesta sexta (1º) seu pedido de oferta pública de ações (IPO, Initial Public Offering, em inglês). A solicitação foi feita à Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos).

Em dezembro, a Lyft e a Uber já haviam anunciado ter protocolado confidencialmente seus pedidos de IPO. As duas empresas de aplicativo de transporte urbano concorrem para realizar a primeira abertura de capital de seu mercado.

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O registro da Lyft, no entanto, foi prejudicado pela paralisação parcial da administração pública americana. O chamado shutdown durou 35 dias entre dezembro e janeiro e atrasou o trabalho da SEC.

Diferentemente da Uber, que quer abrir capital na Bolsa de Nova York, a concorrente pretende vender seus papéis na Nasdaq, a segunda maior dos Estados Unidos. A estimativa da empresa é atingir uma avaliação entre US$ 20 e US$ 25 bilhões. A líder de mercado, por sua vez, teve seu IPO avaliado em US$ 120 bilhões, segundo o Wall Street Journal.

As duas companhias também têm planos parecidos para a venda das ações. Elas pretendem oferecer aos motoristas que utilizam seus aplicativos a possibilidade de adquirir ações no IPO antes delas começarem a ser negociadas.

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As receitas e os prejuízos da Uber

O Uber alcançou a marca de US$ 50 bilhões (cerca de R$ 187,5 bilhões) obtidos com corridas realizadas em 2018. O valor considera seja os serviços de transporte de passageiros que as entregas de comida. Entretanto, o app de mobilidade continuou registrando uma perda no ano passado.

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O Uber informou na última sexta-feira (15) que o número de corridas realizadas em 2018 foi 45% maior do que em 2017. No 4º trimestre as corridas chegaram ao valor recorde de US$ 14,2 bilhões. Um crescimento de 11% em comparação com o trimestre anterior. Entretanto, a receita cresceu apenas 2% no 4º trimestre, alcançando US$ 3 bilhões. É preciso considerar que não todo o valor das corridas vai para o app, pois a maior parte fica com os motoristas.

“Ano passado foi nosso mais forte até agora e o 4º trimestre marcou outro recorde”, informou o vice-presidente financeiro do Uber, Nelson Chai.

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Em 2018, a receita do app de transportes foi de US$ 11,3 bilhões. Um resultado em aumento de 43% em relação ao ano anterior. Em comparação trimestral, a receita do 4º trimestre foi 24% superior a aquela do mesmo período de 2017.

Todavia, no ano as perdas antes de impostos, depreciação e outras despesas foi de US$ 1,8 bilhão. Um resultado ligeiramente menos negativo em relação ao prejuízo de US$ 2,2 bilhões amargado em 2017. Em comparação trimestral, as perdas dispararam no 4º trimestre, chegando a US$ 940 milhões. Um aumento de 43% sobre o trimestre anterior e de 21% na comparação com 2017.

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Mesmo com esse resultado negativo, os US$ 50 bilhões alcançados em 2018 mostram o tamanho e alcance global da empresa. O Uber está se preparando para uma das maiores ofertas públicas iniciais (IPO) da história. Por isso, seu objetivo é atrair o maior número de investidores. Todavia, as contas do app mostram como a empresa continue subsidiando corridas em mercados disputados. Uma política que faz surgir dúvidas sobre suas reais possibilidades de crescimento.

Guilherme Caetano

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