Apesar de alta no lucro, perda de usuários derruba ações do Twitter

O Twitter registrou um lucro líquido de US$ 255,303 milhões no quarto trimestre de 2018. O valor é muito superior aos US$ 91,079 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. O balanço foi divulgado nesta quinta (7).

A receita do Twitter também teve crescimento, chegando a US$ 909 milhões e superando as expectativas do mercado. Analistas ouvidos pela FacSet, empresa de análise financeira, estimavam a receita em US$ 867 milhões.

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O ganho com publicidade, que teve alta de 23% e atingiu US$ 791 milhões, foi um dos responsáveis pelo resultado positivo da empresa. Apesar do crescimento do lucro líquido e da receita, os papéis do Twitter não tiveram valorização na Bolsa de Nova York. No pré-mercado, as ações caíam 7%, para US$ 31,83.

A baixa nos papéis se deu principalmente pela perda de 9 milhões de usuários ativos mensais, em relação ao mesmo período de 2017. A quantidade caiu para 321 milhões e preocupou o mercado com a decadência constante no número de usuários. Se comparado com o terceiro trimestre de 2018, a perda foi de 5 milhões de pessoas na plataforma.

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O balanço do Facebook

Enquanto isso, o Facebook registrou ganhos 51% maiores em 2018, em relação ao ano anterior. A empresa de Mark Zuckerberg gastou US$ 31 bilhões no período, contra US$ 20,4 bilhões em 2017.

As informações foram divulgadas pelo Facebook na semana passada.

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Muito criticada pelas frequentes acusações de violação de privacidade e venda de dados pessoais, a empresa aumentou os gastos principalmente nas áreas de infraestrutura e segurança. De acordo com o diretor financeiro, Dave Wehner, o aumento nos investimentos foram em “infraestrutura, segurança, inovação e fatores sazonais”. O Facebook terminou o ano com 35,5 mil funcionários – e um aumento de 42% na folha de pagamento.

O ano em que o Facebook reforçou os gastos com segurança foi também marcado pelo escândalo Cambridge Analytica. A consultoria política usou dados de usuários do Facebook para impactar as eleições nos Estados Unidos e causou uma crise para Mark Zuckerberg.

Apesar dos gastos maiores, os investidores gostaram dos resultados. Nesta quinta, as ações da empresa subiram 10,82%. O bom desempenho na Nasdaq com a apresentação dos resultados, no entanto, não deve afetar a cautela, segundo Brian Wieser, analista da companhia de análises Pivotal Research. “Mesmo que o quarto trimestre tenha sido certamente favorável, nada nos resultados deveria levar investidores a olhar para a empresa de uma maneira diferente de antes”, disse. “Os custos para manter a plataforma segura provavelmente irão impactar as margens”.

Faturamento, lucro e usuários do Facebook

O faturamento, de US$ 55 bilhões em 2018, ficou acima do esperado. Trata-se de uma alta de 38% em relação a 2017. O lucro aumentou 23% e somou US$ 24,9 bilhões. O número de usuários ativos mensal na rede social em dezembro também teve aumento, 9%, chegando a 2,32 bilhões de pessoas no mundo.

Durante todo o ano de 2018, os gastos em relação ao faturamento foram maiores do que em 2017. No quarto trimestre de 2018, a margem foi de 17% (total de US$ 9,1 bilhões), enquanto no mesmo período do ano anterior, ela foi de 12% (total de US$ 8,1 bilhões).

“Nossa comunidade e negócio continuam crescendo”, disse Zuckerberg. “Nós mudamos a maneira como gerenciamos a empresa para focar nas grandes questões sociais”.

Guilherme Caetano

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