JP Morgan estuda hipótese de juro zero nos EUA

O maior banco dos Estados Unidos, JP Morgan, começar a estudar o cenário de juro zero no país. A instituição bancária está analisando possíveis hipóteses de como continuaria rentabilizando suas atividades.

O executivo-chefe do JP Morgan, James Dimon, afirmou em conferência na última terça-feira (10) que o banco começou a discutir de que formas poderia compensar a queda do juro base dos EUA. A possibilidade seria a inclusão de taxas e encargos.

Dimon enfatizou que não aguarda a queda do juro para zero neste momento, entretanto, o fato de que a diretoria do banco esteja tendo esta conversa é um indício de que o cenário está mudando.

Devido ao Federal Reserve (Fed), um ano atrás, ter aumentado as taxas, banqueiros das maiores instituições dos EUA, incluindo Dimon, acreditavam que os aumentos continuariam, mas não foi o que aconteceu nos meses seguintes.

JP Morgan impactado pela política monetária

O Fed reduziu a taxa básica de juro em julho. À época, foi cortado 0,25%, chegando na faixa de 2% a 2,25%. Esse foi o primeiro corte estabelecido pela instituição monetária norte-americana desde 2008.

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Muito pela pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, é possível que o Fed reduza em mais 0,25 ponto este mês, na reunião da próxima semana.

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Se o Fed determinar o juro zero, ou taxas negativas, como alguns bancos centrais europeus já estabeleceram, seria um panorama de recessão dos EUA, ou de deterioração econômica global.

Com a taxa de juros meor, a margem de lucro no empréstimos, ou seja, o spread bancário, é pressionada. A taxa zero ou negativa leva ao questionamento de como os bancos irão ceder empréstimos e mesmo assim lucrar com a transação.

Além do JP Morgan, os bancos Wells Fargo e Citigroup disseram a investidores nesta semana, em conferência de serviços financeiros do Barclays em Nova York, que as margens financeiras no segundo semestre de 2019 serão menores do que o previsto anteriormente.

Cenário internacional conturbado

Segundo os banqueiros norte-americanos, além da da queda nas taxas de juros, o Brexit, protestos em Hong Kong continuam sendo preocupações globais que impactam nos negócios locais. Além disso, a incerteza sobre a guerra comercial é o principal obstáculo para clientes empresariais.

Veja também: Fed fará o que for necessário para sustentar crescimento dos EUA, diz Powell

“As pessoas estão um pouco menos dispostas a fazer apostas”, afirmou o diretor de operações do Bank of America, Thomas Montag.

Alguns clientes estão mudando as cadeias de suprimentos, enquanto outros estão evitando usar as linhas de crédito rotativo, segundo ele.

Entretanto, o Bank of America e o JP Morgan procuraram ser otimistas. As taxas de juros mais baixas são indicadores de que o aumento das hipotecas poderá crescer. Alinhado ao baixo desemprego no país, os bancos disseram que o consumo nos EUA continua forte.

Jader Lazarini

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