JBS sobe 5% após novo surto de peste suína africana na China

As ações da JBS e da BRF apresentam alta nesta segunda-feira (22), após a China anunciar um novo surto de peste suína africana (PSA). Por volta das 14h03, os papeis das empresas subiam conforme:

  • ações ON (ordinárias) da JSB/JSBSS3: alta de 5,10% a R$ 19,17.
  • ações ON (ordinárias) da BRF/BRFS3: alta de 0,43% a R$ 27,73.

O ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China soltou o comunicado acerca do novo surto de peste suína africana no último domingo (21). A cidade na qual foi identificada a fazenda com porcos doentes  foi Chongqing.

A fazenda contava com 91 porcos, dos quais noves foram infectados com a peste. Seis porcos morreram, informou o comunicado do ministério chinês.

Apesar do baixo número, a China já reportou mais de 100 surtos da PSA  desde agosto de 2018. A doença é mortal para porcos, mas não afeta humanos. A peste é causada por um vírus pertencente à família Asfarviridae.

PSA afeta mercado mundial

Segundo o “Globo Rural”, a peste suína africana já fez com que 1 milhão de porcos fossem abatidos na China. O abate sanitário corresponde a 20% da produção, algo em torno de 10 milhões de toneladas de carne.

O país é o maior produtor mundial de carne suína, com cerca de 54 milhões de toneladas por ano.

Os sintomas da doença nos porcos são febre alta, sangramento e dificuldade respiratória, segundo o veterinário Enrico Ortolani. “Ela não passa para os humanos, mas é contagiosa e fatal para os animais porque não tem vacina nem cura”, explicou o veterinário.

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Risco da PSA no Brasil

O último caso de peste suína africana ocorreu em 1978 no Brasil. A nação verde e amarela é a quarta maior produtora e exportadora de carne suína no mundo.

“Nós estamos fortalecendo as medidas, a preocupação maior é a inspeção de bagagens, de ingresso de viajantes que vêm ao Brasil oriundos dessas áreas. Já tem medidas hoje tomadas nos portos e aeroportos”, afirmou o diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Geraldo Marcos de Moraes.

Maior venda de frango

O porco leva oito meses para chegar ao ponto de abate. Assim, o Brasil não consegue suprir imediatamente a alta na demanda por carne suína para exportação. Entretanto, o País se beneficia com o crescimento da demanda chinesa por outros tipos de carne, como o frango, conforme o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.

“A China nesses 3 meses já se tornou a maior importadora de carnes e suínos [do Brasil]. Para a nossa surpresa, também de aves, suplantando a própria Arábia Saudita, que foi, durante 20 anos, o maior importador. Eles perderam espaço porque a China está precisando de proteína animal”, declarou Turra.

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As gigantes do alimento: JBS e BRF

A BRF foi fundada em 1934, e conta com mais de 30 marcas em seu portfólio.  Dentre elas: Sadia, Perdigão, Qualy, Paty, Dánica e Bocatti. Os produtos são exportados e comercializados em mais de 150 países, nos cinco continentes.

O atual CEO da BRF é Pedro Parente, que já foi presidente-executivo da Petrobras e é ex-ministro chefe da Casa Civil, do governo FHC. Todavia, seu sucessor já foi definido: Lorival Nogueira Luz Jr., que deve assumir em junho deste ano.

Por sua vez, a JBS, cujo atual CEO é o próprio fundador, José Batista Sobrinho (“Zé Mineiro”), é uma empresa brasileira de Goiás, fundada em 1953. Atua na operação e no processamento de carnes bovina, suína, ovina e de frango e no processamento de couros.

Ambas as empresas estiveram já foram investigadas pela Operação Lava Jato, e foram alvos centrais da Operação Carne Fraca. No início de 2017, a Polícia Federal constatou que eram liberados ao mercado produtos sem fiscalização, com prazos de validade vencidos, além de produtos “maquiados” com produtos químicos para parecerem mais atraentes ao mercado.

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Amanda Gushiken

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