Itaú (ITUB4) não tem intenção de vender participação na XP, diz jornal

O Itaú Unibanco (ITUB4) não pretende vender sua participação acionária na XP Investimentos. Apesar da polêmica, segundo a publicação desta segunda-feira (29) do veículo jornalístico “Estado de S.Paulo”, o banco, maior em ativos da América Latina, estaria satisfeito com o investimento na corretora.

Na última quinta-feira (25), em uma entrevista coletiva, o sócio e diretor executivo da XP, Gabriel Leal, havia afirmado que o Itaú deveria repensar o investimento feito na corretora. No entanto, “em nenhum momento, passou pela cabeça vender a participação na XP, que permite ao banco estar em um mercado em crescimento. Isso não quer dizer que enquanto concorrentes, não haverá competição”, disse uma fonte ao jornal.

O Itaú adquiriu 49,9% da XP em 2016 e desde sua compra o valor de mercado da corretora saltou de R$ 12 bilhões para mais de R$ 130 bilhões. Com a oferta pública inicial (IPO) na bolsa de valores de Nasdaq (EUA) a participação acionária da instituição foi diluída para 46,05% e o banco embolsou R$ 2 bilhões com a oferta.

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De acordo com a fonte, nos bastidores da polêmica, o banco reconhece o “talento” de liderança da corretora mas permanece com a opinião de que “modelos perfeitos” envelhecem e que o potencial de um negócio está na sua capacidade de se transformar.

Entenda a polêmica entre Itaú e XP

Na última quarta-feira (24) o mercado financeiro vivenciou uma nova polêmica: a do Itaú contra a XP Investimentos.

Tudo começou com a nova campanha de marketing do Itaú, que foi ao ar na Rede Globo no horário nobre da última terça (23). Na propaganda, protagonizada pelo ator Marcos Veras, o banco critica o modelo de negócios das corretoras, fazendo alusões e sarcasmo sobre o papel dos agentes autônomos de investimento. E terminando dizendo como investimentos no Itaú Personnalité seriam mais seguros.

“A moda aqui em 2019 é ter conta em corretora. Assessor também tá na moda. Insiste o tempo todo, ‘investe nisso, investe naquilo, não tem risco’. Estou me sentido o rei de Wall Street”, diz o ator no começo da propaganda.

“Aqui em 2020, deu para ver que não tinha risco para ele, que ganhava comissão por tipo de investimento. Ainda bem que você deixou seu dinheiro no Personnalité. São especialistas isentos. Aprendeu?”, responde o mesmo ator.

Segundo o banco, o modelo de remuneração dos agentes autônomos de investimento, baseado apenas em comissões e sem salário fixo, seria uma das causas que levariam esses profissionais a venderem produtos desnecessários ou até ruins para os clientes, com elevadas taxas cobradas na transação. Isso, segundo a propaganda, poderia levar o agente a oferecer os produtos que gerem maior comissão para ele, mas que não necessariamente são bons para o cliente final.

Saiba Mais: Entenda a polêmica entre o Itaú e a XP Investimentos

Na propaganda, o Itaú indicou como a presença de um salário fixo para os bancários do Personnalité diminuiria o incentivo para vender qualquer produto ao cliente.

A reação da XP Investimentos não demorou para aparecer. Menos de 24 horas depois, o fundador e CEO da corretora, Guilherme Benchimol, publicou uma carta em “resposta aos ataques do Itaú”.

Poliana Santos

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