IRB (IRBR3) estuda abrir ação contra ex-executivos

O IRB Brasil (IRBR3) informou, nesta quarta-feira (1), que convocou uma Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária para o dia 31 de julho. Dentre os assuntos a serem discutidos, consta a “autorização para propositura de ação de responsabilidade” de ex-executivos.

O IRB pretende ajuizar uma ação contra José Carlos Cardoso, antigo CEO, e Fernando Passos, ex-CFO, “pelos danos causados à companhia”. O caso se refere a um suposto caso de fraude contábil apontado pela gestora Squadra em fevereiro. O episódio desencadeou a saída dos diretores da administração da empresa.

Caso as acusações sejam confirmadas, Cardoso e Passos podem ser responsabilizados pela transmissão de falsas informações quanto a um boato sobre participação da Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, na empresa. Além disso, a IRB acusa os executivos de recebimento e pagamentos de bônus sem as aprovações e justificativas internas necessárias.

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Segundo a IRB, houve a omissão de informações ao Conselho de Administração, no valor de R$ 60 milhões. Os ex-diretores também teriam realizado recompras de ações desalinhadas com os limites impostos pelo Conselho da companhia.


Posteriormente, a IRB divulgou que foram detectados equívocos nas demonstrações financeiras referentes ao exercício social do ano passado, obrigando a resseguradora a refazer os documentos. A aprovação das novas contas também será votada na próxima reunião da AGOE.

“Adicionalmente, ainda existem investigações internas em curso que podem vir a ter implicações adicionais sobre os ex-diretores, não apenas os nomeados acima, mas também a ex-diretora Lucia Maria da Silva Valle, a depender da confirmação ou identificação de condutas, ações e omissões que mantenham relação com os fatos acima descritos, ou mesmo que representem novos fatos”, diz a empresa no comunicado apresentado nesta quarta.

Com isso, a atual direção da companhia pretende que assembleia aceite o ajuizamento de ação social contra Cardoso e Passos, à procura de ressarcimentos pelas onerações sofridas.

Além disso, dada a alteração do estatuto social da empresa, aprovada pela Assembleia Geral Extraordinária no dia 23 de junho, a qual aprovou a ampliação na composição máxima do Conselho de Administração, o IRB visa eleger Hugo Daniel Castillo Irigoyen para o colegiado.

Veja também: IRB Brasil apresenta plano de reforma de governança

Irigoyen possui uma vasta carreira no setor de resseguros, já tendo passado por Bradesco e SulAmérica Seguros. É graduado em engenharia civil, pela PUC do Rio Grande do Sul, e possui um MBA pela Queen University.

Lucro do IRB caiu 92% no 1T20

O IRB apresentou um lucro líquido de R$ 13,87 milhões no primeiro trimestre deste ano. O valor representa uma queda de 92% em comparação aos R$ 177,9 milhões registrados no mesmo período do ano passado. A empresa também fez referência a irregularidades encontradas em balanços anteriores.

No trimestre encerrado em março, o prêmio emitido do ressegurador foi de R$ 1,996 bilhão, uma alta de 13% ante o mesmo trimestre de 2019. Em prêmios ganhos, o IRB registrou R$ 1,499 bilhão nos primeiros três meses do ano. No mesmo período do ano passado, o valor obtido foi de R$ 1,241 bilhão.

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Em relação ao pagamento de sinistros, a empresa desembolsou, em indenizações, R$ 1,147 bilhão no período em questão. No ano passado, também no primeiro trimestre, a companhia teve que desembolsar R$ 959 milhões.

O patrimônio líquido do IRB, calculado em R$ 3,94 bilhões no trimestre encerrado em dezembro de 2019, caiu para R$ 3,56 bilhões em março deste ano.

Jader Lazarini

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