IRB Brasil (IRBR3): após indagações, CVM analisará relatório do UBS

Após questionamentos de diversos investidores, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu abrir um processo para analisar o relatório do UBS BB acerca das ações do IRB Brasil (IRBR3). As informações são do jornal “Valor Econômico”.

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Na noite de 5 de outubro, o UBS retomou a cobertura dos papéis do IRB, recomendando venda com o preço-alvo de R$ 4,60 — a recomendação anterior era de compra, com preço-alvo de R$ 48. No dia seguinte, as ações da resseguradora caíram 17%.

No relatório, os analistas da instituição, Mariana Taddeo e Kaio Prato, afirmaram que a recontrução da empresa deve levar algum tempo, uma vez que a companhia vem tentando superar problemas de governança corporativa, que resultaram em mudanças na administração e revisões contábeis nos últimos meses.

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“Na cotação atual na bolsa, nossa análise sugere que o mercado precifica o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) em 20% no longo prazo e índices de sinistralidade em 62% (em linha com a média de 2014-2019), o que acreditamos ser muito alto”, ressaltaram os analistas do UBS.

O relatório do UBS levantou indagações de agentes do mercado e investidores nas redes sociais, que acreditavam ser “tendencioso”, uma vez que o IRB possui um alto número de posições “vendidas”, ou seja, que apostam na queda do preço das ações. Vale ressaltar que a recomendação da instituição não é a mais baixa do mercado — recentemente, após a divulgação do último balanço da resseguradora, o Citi atribuiu um preço-alvo de R$ 4.

Segundo o “Valor”, a CVM recebeu cerca de 40 reclamações sobre o assunto entre o dias 6 e 9 de outubro. A autarquia diz que zela pela orientação e proteção dos investidores, “que podem, sempre que necessário, buscá-la por meio dos canais de atendimento disponíveis”. A CVM também salienta que não faz juízo de valor com relação à quantidade de consultas ou reclamações, e que “todas as demandas são analisadas e respondidas”.

Quando recebe um questionamento dessa natureza, o procedimento da CVM é instaurar um processo, que faz com que a autarquia avalie o assunto. Caso encontre alguma irregularidade, iniciará um processo administrativo sancionador. Caso contrário, o processo será arquivado.

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Desde fevereiro, início dos pesadelos para o IRB, quando a gestora Squadra questionou os resultados da resseguradora, a companhia ganhou mais de 200 mil investidores pessoas físicas. Em 2019, essa base era de 27 mil. O dado mais recente, com a posição de 23 de junho, informa que ele cresceu quase nove vezes, para 231,6 mil. Nesse período, as ações da empresa passaram a figurar entre as mais negociadas da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) em volume financeiro, apresentando forte volatilidade.

S&P eleva rating do IRB para brAAA, com perspectiva estável

A Standard & Poor’s Global Ratings, agência de classificação de risco, elevou o rating do IRB Brasil (IRBR3) para “brAAA” e atribuiu uma perspectiva estável à companhia. A informação foi revelada por meio de um relatório divulgado no fim do mês passado.

Segundo a S&P, as recentes mudanças na direção do IRB “fortalecerão a governança e melhorarão a cultura de risco, embora essas mudanças sejam recentes e precisem de tempo para materializar por completo”.

A agência pontua que a resseguradora tem uma posição de liderança no mercado em que atua, além de um forte reconhecimento de marca, que dá suporte à sua forte posição competitiva, enquanto a recente emissão de ações “reforça sua posição de capital satisfatória”.

“Esperamos que o novo conselho e CEO implementem mudanças para melhorar a governança e a transparência, melhorar a cultura de risco e fortalecer os controles de risco e compliance. Vemos essas mudanças como positivas, e esperamos que estabilizem as operações do IRB“, diz o relatório.

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Jader Lazarini

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