IPOs do BMG e da C&A acontecem nesta segunda; saiba mais

O Banco BMG e a C&A realizam as ofertas públicas iniciais (IPO) nesta segunda-feira (28).

A instituição financeira definiu que o seu preço inicial na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) será de R$ 11,60, e a varejista ficou em R$ 16,50. A procura pelo IPO da C&A teve a demanda superada em três vezes o volume. Por sua vez, o banco BMG superou em quatro vezes a oferta.

Desse modo, confira as últimas informações sobre a abertura de capital das duas empresas e as opiniões dos analistas da SUNO Research.

IPO do BMG

A abertura de capital do BMG será de oferta majoritariamente primária, 103.448.277 ações (86,2% do total). Já a fatia secundária, 16.491.755 ações (os 13,8% restantes), está à venda pelo acionista Flávio Pentagna Guimarães.

Relatório: Vale a pena investir no IPO do BMG?

A oferta fez com que fosse captado pela instituição R$ 1,6 bilhão. Um executivo do banco informou “que [o BMG] preferiu não alocar o lote adicional a esse preço por ação, já que a tranche adicional era secundária e os acionistas acreditam na valorização do papel”.

O fundador da casa de análise, SUNO Research, Tiago Reis, informou que o crescimento no lucro líquido do banco mineiro é de apenas 15% em cerca de 5 anos. Dessa forma,  o investimento não é recomendado devido ao crescimento inexpressivo somado à concorrência no mercado.

“Caso o banco comprove, futuramente, sua capacidade de execução, mantenha resultados crescentes e negocie eventualmente em múltiplos mais atrativos, poderemos recomendar as ações do banco em algum momento”, informou Reis.

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No caso da concorrência do setor com os bancos já listados na B3, o Banco Inter (BIDI11) e o Banco Pan (BPAN4) demonstram-se estar mais avançados no segmento digital. O banco mineiro já havia cogitado abrir capital no ano passado, mas a operação foi postergada.

De acordo com o BMG, existem 3,8 milhões de clientes e 4 milhões de cartões de crédito consignados ativos em sua empresa. O banco possui, aproximadamente, 2 mil correspondentes bancários, 19 agências e 620 lojas com a marca “Help! Loja de Crédito”.

Segundo a instituição, os recursos do IPO, serão investidos no desenvolvimento de novos produtos, como por exemplo, o empréstimo consignado e em inovações para seu banco digital o “meu—BMG”.

A oferta foi conduzida por:

  • XP Investimentos;
  • Itaú BBA;
  • Brasil Plural;
  • Credit Suisse;
  • BB BI.

IPO da C&A

As ações da C&A serão negociadas pelo ticker CEAB3. O valor mínimo da compra é de R$3 mil e o valor máximo é de R$ 1 milhão. A varejista, que teve a oferta liderada pelo Morgan Stanley, vendeu o lote adicional de ações. Dessa forma, a oferta irá movimentar R$ 1,63 bilhão.

Relatório: Vale a pena investir no IPO da C&A?

As outras instituições financeiras que participaram da operação foram:

  • Bradesco BBI;
  • BTG Pactual;
  • Citi;
  • Santander;
  • XP Investimentos.

Para a C&A, a comparação com os múltiplos das concorrentes com capital aberto, como Riachuelo (GUAR3) e Renner (LREN3), fez com que os investidores desejassem um desconto na cotação.

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De acordo com o analista da SUNO Research, Rodrigo Wainberg, não vale a pena o investimento.

Segundo o analista, a C&A possui “sério conflito de interesse com o controlador, porque aproximadamente metade da emissão é para pagar intercompany loan (empréstimos entre as empresas) girando a 170%, enquanto a LREN3 (Renner) e a GUAR3 (Guararapes Confeccoes) é 100% e 110% respectivamente”.

Portanto, os analistas da SUNO Research não indicam o investimento. “Em resumo, devido às características da oferta, ao histórico operacional inconstante e ao pouco valuation pouco atrativo nós recomendamos ficar de fora do IPO“, apontaram os analistas.

Poliana Santos

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