IPCA: Inflação em maio cai 0,38%, a menor para o mês desde 1998

A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve variação negativa de 0,38% em maio. Trata-se da maior queda desde agosto de 1998, quando ficou em -0,51%. Os dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA é um índice que mede a variação média de preços. Dessa forma, quando acontece uma variação negativa, como neste mês de abril, diz-se que houve uma “deflação”. Ou seja, os preços de produtos e serviços que movimentam a economia caem.

No ano, o indicador acumula queda de 0,16% e, nos últimos doze meses, alta de 1,88% abaixo dos 2,40% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2019, a taxa havia ficado em 0,13. Por sua vez, em abril deste ano o indicador registrou uma variação negativa de 0,31%.

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Cinco grupos, dos nove pesquisados pelo IBGE, registraram deflação em maio. Sendo assim, apenas quatro grupos tiveram altas, com destaque para o de Artigos de residência , que teve variação positiva de 0,58%. Por outro lado, nas maiores quedas, está o grupo de Transportes, com deflação de 1,90%.

Confira a comparação entre abril e maio nos resultados de cada grupo:

  • Alimentação e Bebidas (variação de 1,79% em abril para 0,24%)
  • Habitação (de -0,10 para -0,25%)
  • Artigos de Residência (de -1,37 para 0,58%)
  • Vestuário (de 0,10% para -0,58%)
  • Transportes (de -2,66 para -1,90%)
  • Saúde e Cuidados Pessoais (de -0,22 para -0,10%)
  • Despesas Pessoais ( de -0,14% para -0,04%)
  • Educação (de 0,00% para 0,02%)
  • Comunicação (de -0,20 para 0,24%)

Os preços em queda podem indicar uma baixa demanda por produtos e serviços em razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Além disso, a inflação baixa é um requisito para o Comitê de Política Monetária (Copom) cortar mais os juros.

Variação do IPCA por regiões

Confira as variações entre as regiões do Brasil de abril para maio de 2020:

  • Belo Horizonte (de -0,21% para -0,60%)
  • Campo Grande (de -0,43% para -0,57%)
  • Curitiba (de -1,16% para -0,57%)
  • Fortaleza (de -0,12% para -0,52%)
  • Aracaju (de 0,15% para -0,50%)
  • Vitória (de -0,09% para -0,48%)
  • Salvador (de -0,16% para -0,47%)
  • Porto Alegre (de -0,05% para -0,44%)
  • Belém (de -0,13% para -0,39%)
  • Rio Branco (de -0,51% para -0,33%)
  • Rio de Janeiro (de 0,18% para -0,28%)
  • São Paulo (de -0,37% para -0,28%)
  • Brasília (de -0,58% para -0,28%)
  • Goiânia (de -0,53% para -0,25%)
  • São Luís (de -0,44% para -0,22%)
  • Recife (de -0,19% para -0,18%)

Para o cálculo do inflação, os preços foram coletados entre 30 de abril e 28 de maio de 2020 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 31 de março a 29 de abril de 2020 (base). 

Saiba Mais: Boletim Focus: Economistas preveem PIB 2020 a -6,48%

Os especialistas do mercado financeiro, consultados para elaboração do Boletim Focus, fizeram um novo corte nas expectativas para o IPCA. De acordo com a nova previsão, divulgada na última segunda-feira (8)A inflação também deverá diminuir, de 1,55% para 1,53% no ano de 2020.

Poliana Santos

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