IPCA de janeiro fica em 0,21% com queda do preço da carne

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,21% em janeiro. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa foi a menor taxa do IPCA para o primeiro mês do ano desde o início do Plano Real, em julho de 1994. Em dezembro a inflação oficial do País tinha registrado uma alta de 1,15%. No acumulado de 2019 o aumento dos preços tinha sido de 4,31%, acima da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 4,25%.

O IPCA registrou uma desaceleração no primeiro mês do ano graças a redução do preço da carne. O produto tinha registrado uma forte alta em 2019, principalmente por causa do aumento da demanda na China, provocado pela peste suína.

“Tivemos uma alta muito grande no preço das carnes, nos últimos meses do ano passado, devido às exportações para a China e alta do dólar que restringiram a oferta no mercado interno. Agora, percebemos um recuo natural dos preços, na medida em que a produção vai se restabelecendo para atender ao mercado interno”, informou em nota o gerente do IBGE, Pedro Kislanov.

Mudança de cálculo do IPCA

O IBGE alterou as modalidades de cálculo do IPCA em outubro do ano passado. O índice oficial de inflação atualizou os hábitos de consumo dos brasileiros, indicados por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018.

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O novo cálculo do IPCA considera 377 produtos e serviços, com seis subitens a menos que a divulgada até 2019. Entre os 56 novos itens incluídos na pesquisa estão tratamento de pets e macarrão instantâneo. Já itens cujo peso ficou menor no orçamento das famílias, como aparelhos de DVD, máquinas fotográficas, microondas, orelhões e liquidificadores, saíram do cálculo.

Saiba mais: IPCA: Itaú Unibanco reduz projeção para 3,3% em 2020

Outro itens reduziram o peso no consumo das famílias brasileiras ou saíram da lista. Entre eles:

  • aparelhos de DVD
  • máquinas fotográficas
  • microondas
  • orelhões
  • liquidificadores

Por outro lado, o peso do grupo de transportes na composição do IPCA superou o grupo de alimentação e bebidas no orçamento familiar, representando 20,8% do indicador da inflação, enquanto o de alimentos diminuiu para 19%.

Previsão de inflação baixa em 2020

Mesmo com um aumento da inflação registrado no final de 2019, a previsão do mercado é que o aumento dos preços permaneça baixo este ano. Segundo o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC), até o final de 2020 o índice deverá estar em volta de 3,40%.

Para esse ano, meta do IPCA é de 4%, com uma tolerância de um ponto e meio percentual para mais ou para menos, o que deixa a inflação oscilante entre 2,5% a 5,5%.

 

Carlo Cauti

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