Investidores norte-americanos planejam comprar o TikTok da China

Um grupo de investidores em tecnologia estadunidense anunciou nesta quarta-feira (22) um plano ao Tesouro dos EUA para comprar o TikTok do seu proprietário chinês. O anuncio foi realizado em meio a um conflito intenso entre os Estados Unidos e o aplicativo de vídeo. As informações foram divulgadas pelo jornal  “Financial Times”.

Os investidores, liderados pelos “venture capitalists” General Atlantic e Sequoia Capital, estão em discussões com o Tesouro dos EUA e outros reguladores norte-americanos para planejar a compra do aplicativo TikTok e do firewall de sua controladora chinesa. Segundo pessoas envolvidas no processo, o grupo analisa se, dessa forma, acabariam com as preocupações dos EUA com o aplicativo.

No final de semana passado, a campanha eleitoral do presidente Donald Trump publicou anúncios no Facebook, sugerindo que o TikTok estava “espionando” usuários dos EUA, uma alegação que a empresa negou. O governo estadunidense observa a enorme influência do aplicativo, que fica nos telefones celulares de dezenas de milhões de norte-americanos.

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De acordo com a proposta, após a compra, a ByteDance, empresa com sede em Pequim e dona do TikTok, e o outro aplicativo da empresa, o Douyin, manteriam uma participação minoritária nos negócios internacionais, com ações sem direito a voto.

Em resposta, o TikTok informou que: “Desde que anunciamos há duas semanas atrás que estamos avaliando mudanças na estrutura corporativa dos negócios do TikTok, houve inúmeras propostas feitas por pessoas que não estão envolvidas nas discussões internas da empresa. Não comentamos rumores ou especulações. Estamos muito confiantes no sucesso a longo prazo do TikTok e tornaremos nossos planos públicos quando tivermos algo a anunciar”.

Trump contra TikTok

Aos poucos, Trump vem escalando a narrativa confrontosa frente ao TikTok, e, sobretudo, contra a China. Segundo o jornal “The New York Times”, o mandatário considera proibir viagens de membros do Partido Comunista Chinês e suas famílias aos Estados Unidos.

O veto viria através de um decreto presidencial, que já estaria sendo formulado por autoridades governamentais de alto escalão.

As alegações de espionagem são constantemente negadas pela China. Em entrevista à “Fox News” no início deste mês, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que “[o compartilhamento] é algo que estamos revendo”, sobre a possibilidade de banimento do aplicativo do país.

Segundo legisladores norte-americanos, o aplicativo pode representar uma ameaça à segurança nacional com dados dos usuários à disposição da empresa. Leis chinesas exigiriam que companhias como o TikTok “apoiem e cooperem com o trabalho de inteligência controlado pelo Partido Comunista Chinês“.

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O secretário de Estado dos EUA ressaltou que os cidadãos norte-americanos devem ser cautelosos ao utilizar a rede social — a qual é de propriedade da chinesa ByteDance. Quando questionado se recomendaria que as pessoas baixassem o TikTok, Pompeo disse que “somente se você quiser suas informações privadas nas mãos do Partido Comunista”.

Daniel Guimarães

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