Grana na conta

Investidores já estão enxergando o Brasil com outros olhos, diz chanceler

O acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul pode ter impacto imediato na economia brasileira. A afirmação é do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que ponderou que os resultados da negociação devem aparecer mesmo que o tratado ainda necessite ser aprovado por 32 países integrantes dos dois blocos econômicos.

Na última quinta-feira (4), o chanceler disse em um vídeo publicado em uma rede social, com o presidente Jair Bolsonaro, que o olhar dos investidores sobre o Brasil já é outro.

“Mesmo antes da entrada em vigor do acordo, que deve levar algum tempo, já estamos começando a detectar impacto muito positivo em termos de atração de investimentos. Os investidores já enxergam o Brasil de uma maneira completamente diferente e já vão começar a se posicionar aqui em função desse acesso preferencial que nós ganhamos ao mercado europeu”, assegurou.

Além disso, o ministro afirmou que tem como plano agilizar a validade do acordo. Dessa forma, ao menos o Brasil ficará alinhado com o tratado. Assim, ficará à espera, apenas, dos outros países.

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“Vamos tentar que, dentro do Mercosul, a gente tenha um arranjo para que possa entrar em vigor assim que for aprovado em cada um dos parlamentos do bloco”, complementou.

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Tarifas e benefícios

Dentre outros pontos, o acordo de livre-comércio UE-Mercosul abrange questões tarifárias e regulatórias. Estão inclusos na negociação a compra de bens e compras governamentais. Além disso, também estão previstos no acerto:

  • facilitação do comércio
  • barreiras técnicas
  • medidas sanitárias
  • propriedade intelectual.

Um dos setores beneficiados pelo acordo entre os blocos europeu e sul-americano é o agrícola. Alguns produtos de forte interesse do Brasil terão as tarifas eliminadas. São exemplos:

  • suco de laranja
  • frutas
  • café solúvel

No mesmo sentido, o acesso a alguns itens como carnes, etanol e açúcar será facilitado ao exportador do Brasil.

Os produtos industriais não terão mais tarifas na exportação. Com isso, as companhias nacionais terão uma grande vantagem. Contudo, as empresas europeias também ficarão sem tarifas quando as vendas forem para o Mercosul. Entretanto, isso será feito gradualmente, durante os anos.

Além disso, o acordo também deve acelerar e deixar menor os custos para:

  • trâmites de importação
  • exportação
  • trânsito de bens
Juliano Passaro

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