Balanços da semana

Em 2019 investidores dobram aplicação em fundos de ações

Os investimentos em fundos de ações dobraram entre janeiro e agosto de 2019. A capitação líquida desses fundos foi de R$ 38,8 bilhões nos primeiros oito meses do ano, praticamente o dobro dos R$ 19,5 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

O cálculo da captação líquida dos fundos de ações foram calculados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O aumento dos investimentos em fundos de ações é ligado a redução da taxa básica de juros (Selic). No começo de agosto o Banco Central (BC) baixou a taxa para sua mínima histórica, passando de 6,5% para 6%. Uma corte que gerou um movimento de recursos de ativos de renda fixa para a renda variável.

Crescem investimentos em ações

Os fundos de ações registraram dessa forma o melhor resultado do ano em agosto, com investimentos maiores que os resgates em R$ 74 bilhões. Um montante obtido apesar do acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China e das turbulências externas como o Brexit ou a desaceleração da economia da Alemanha. Por causa desse cenário o resultado do Ibovespa em agosto foi de queda de 0,7%.

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“É um reflexo do cenário de juros baixos, com expectativa de leve redução até o final de 2019, que estimula as pessoas a tomarem mais protagonismo frente às suas aplicações”, salientou Carlos André, vice-presidente da Anbima, em uma nota.

Ao longo de 2019, a indústria de fundos de investimento registrou uma captação líquida de R$ 172,4 bilhões. Um montante 153% superior a quanto registrado no mesmo período do ano passado, que tinha sido de R$ 68,2 bilhões.

Por sua vez, a indústria de fundos de investimento encerrou o mês de agosto com aportes líquidos de R$ 4,5 bilhões. Um resultado inferior à média mensal de R$ 21,5 bilhões de 2019. Para a Anbima, esse resultado foi gerado pelo aumento das incertezas políticas e econômicas, especialmente do cenário internacional.

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Nos primeiros oito meses do ano os fundos captaram respectivamente:

  • Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FDICs), R$ 41,7 bilhões
  • Fundos multimercado, R$ 44 bilhões
  • Fundos de previdência, R$ 22,6 bilhões

Por outro lado, os fundos cambiais são os únicos que acumulam resgate líquido em 2019 de R$ 792 milhões. Um resultado que ocorre em meio a uma alta de cerca de 10% do dólar em relação ao real em agosto, além de uma valorização da moeda norte-americana e de 6,8% no ano.

Renda fixa registra resgate líquido

Os fundos de renda fixa, por sua vez, fecharam agosto com resgate líquido de R$ 9,2 bilhões. Entretanto, de janeiro até agosto, esse tipo de ativos continua com uma captação positiva de R$ 10,2 bilhões.

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Esse resultado foi impulsionado principalmente pelo desempenho desses ativos em maio, com aportes que superaram os resgates em quase R$ 14 bilhões. Naquele mês, todavia, ocorreu um vencimento no valor de R$ 9 bilhões em recursos aplicados por meio do Tesouro Direto, no Tesouro IPCA+ com vencimento em 2019.

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A tendência de transferência de recursos da renda fixa para o mercado de ações deveria continuar nos próximos meses, podendo se acelerar caso o BC decida para mais cortes na Selic.

Carlo Cauti

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