Ibovespa estende alta e volta aos 102 mil pontos com cenário político no radar

O Ibovespa permanece em alta nesta sexta-feira (28), dia em que o governo discute os termos finais para o anúncio do Renda Brasil, programa que substituirá o Bolsa Família. Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro posicionou-se contrário publicamente aos termos apresentados pelo Ministério da Economia para o programa; hoje é a data limite para uma nova proposta da equipe de Paulo Guedes.

Ibovespa hoje, por volta das 12h12, apresentava uma alta de 1,53%, para 102.160,71 pontos. Ao passo que o governo quer implementar uma nova política pública, logo após ter anunciado o programa Casa Verde e Amarela, que substituirá o Minha Casa, Minha Vida, o mercado receoso com a situação das contas públicas. Na última quinta-feira (27), o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou o Banco Central (BC) a transferir R$ 325 bilhões das reservas de resultado cambial ao Tesouro Nacional para o pagamento da dívida pública.

Segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”, o valor ficou abaixo do solicitado pelo Ministério da Economia, pois o BC estava reticente à operação. De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, o Tesouro solicitou inicialmente R$ 445 bilhões, mas a autoridade monetária central mostrou preocupação com seu balanço no segundo semestre e o risco de um prejuízo em função da volatilidade do câmbio.

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No âmbito corporativo, a Cyrela (CYRE3) lidera as altas do Ibovespa subindo 5,48%, com suas ações cotadas a R$ 24,85. O mercado mostra-se otimista com o andamento da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de sua subsidiária Cury. A estreia das ações da empresa estão previstas para o dia 21 de setembro, sob o ticker CURY3.

Segundo a cotação do Ibovespa, a Eletrobras (ELET3) também opera em alta, com um avanço de 5,38%, para R$ 38. Na última quinta-feira, as ações da empresa caíram 4,71%. O movimento das ações da empresa foram impactadas pelos desencontros entre Bolsonaro e Guedes, o que levantou, mais uma vez, rumores da saída do ministro do governo. O mesmo foi observado em outras ações ligadas à possíveis privatizações. Nesta manhã, no entanto, o mercado apresenta certa correção nos preços.

A Suzano (SUZB3), por sua vez, é o destaque negativo do pregão. As ações da empresa caem 1,94% para R$ 50,42. Os níveis atuais de celulose e fibra curta estão comprimidos na China. Enquanto o custo marginal da empresa gira em torno de US$ 500 por tonelada, os preços de mercado na ásia estão abaixo disso nos últimos dias, o que pressiona as perspectivas da Suzano. Além disso, a queda do dólar (que opera a -2,27% nesta manhã) também chama atenção, já que a receita da empresa é dolarizada.

A Braskem (BRKM5) também está entre as maiores baixas do dia, com um recuo de 1,8%, para R$ 21,83. O mercado ainda está atento à ação coletiva sofrida pela empresa nos Estados Unidos. Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, o escritório novaiorquino Pomerantz entrou na Justiça de Nova Jersey em meio à uma acusação de não terem informado os acionistas a extensão dos problemas que ocorriam em Maceió, no Alagoas.

Papéis mais negociados do pregão

Última cotação do Ibovespa

De forma distinta ao Ibovespa agora, o índice acionário encerrou as negociações na última quinta-feira estável, a 100.623,64 pontos.

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Jader Lazarini

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