Ibovespa abre em alta de 0,6%; mercado aguarda definição sobre Renda Brasil
O Ibovespa abriu em alta nesta sexta-feira (28), de olho no contexto político e econômico, interno e externo. Hoje é a data limite para a apresentação do Renda Brasil pelo Ministério da Economia, prazo dado pelo presidente Jair Bolsonaro após ter discordado publicamente dos termos apresentados pela equipe de Paulo Guedes para o programa.
Por volta das 10h15, a cotação do Ibovespa subia 0,60%, para 101.229,80 pontos. Os investidores também seguem de olho no contexto externo. A fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), sobre a política monetária norte-americana traz à tona o otimismo do mercado, que opera no azul nos futuros de Nova York.
A situação fiscal do Brasil também é alvo de atenção dos investidores. O governo elevou o valor que será previsto no Orçamento para a realização de obras de infraestrutura. Segundo o jornal “O Globo”, o Senado havia pressionado e Bolsonaro cedeu em aumento de R$ 5 bilhões para R$ 6,5 bilhões. A proposta de Orçamento para 2021 deve chegar à Câmara na próxima segunda-feira (31).
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Além disso, continua o impasse sobre o valor do Renda Brasil — assunto pelo qual existem rumores que desgastou a relação entre o presidente e o ministro da economia. O programa que substituirá o Bolsa Família deve atingir 17 milhões de famílias e ficar abaixo dos R$ 300 mensais pedidos por Bolsonaro, segundo o jornal “Estado de S.Paulo”.
O portal “G1”, no entanto diz que a equipe econômica chegou ao valor de R$ 300 mensais, mas ainda poderá demorar a concluir as contas e iniciar os pagamentos. Isso pode fazer com que o auxílio emergencial, conhecido como coronavoucher, seja estendido para os primeiros meses de 2021, não sendo encerrado no fim de 2020, como atualmente previsto.
No noticiário exterior, as atenções são voltadas ao discurso de Jerome Powell no simpósio econômico de Jackson Hole desta semana. Segundo ele, o Fed pode manter a inflação “moderadamente” acima da meta, que foi estipulada em 2%, sem elevar as taxas de juros por um longo período. A mudança nas diretrizes da política econômica vão em desencontro ao praticado pela política monetária norte-americana nas últimas décadas.
Em função dos impactos da pandemia na economia dos Estados Unidos, o Fed reduziu sua taxa de juros de referência por duas vezes em março de 2020, trazendo-a até a banda de 0% e 0,25%. O BC estadunidense também reforçou as compras de ativos de emissão pública, com o intuito de aliviar os mercados. Mesmo em meio à uma recessão, recentemente S&P 500 e Nasdaq reportaram altas históricas.
Na Ásia, os mercados estão de olho na renúncia do premiê japonês Shinzo Abe por motivos de saúde. O primeiro-ministro foi responsável por instaurar uma estabilidade política ao país, o qual lidera desde 2012. No entanto, as tensões com os vizinhos, além das disputas territoriais com a Rússia, continuam em vigor. Abe também não conseguiu estimular a economia, que continua estagnada, e acabar com a deflação.
Fila de IPOs
Na última quinta-feira (27) a Havan, do empresário Luciano Hang, e o Banco BV, ex-Banco Votorantim, apresentaram suas inteções de abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
A Havan pretende levantar até R$ 10 bilhões com uma oferta primária e secundária, o que faria com que a empresa seja avaliada em quase R$ 100 bilhões. O prospecto da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa contou com uma carta incomum de seu fundador.
A varejista pretende utilizar os recursos líquidos obtidos na operação para investimentos em expansão de lojas e do centro de distribuição, abertura de novas lojas e para suporte do crescimento orgânico, aportes na área de tecnologia e reforço no capital de giro.
A BV, por sua vez, retomou o processo de IPO, conforme o documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na última quinta-feira. A instituição já havia planejado realizar seu IPO no início do ano, mas, em março, quando o mercado foi impactado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os planos foram postergados.
A projeção inicial era da realização de uma oferta que levantasse até R$ 5 bilhões. Do total, R$ 1 bilhão seria captado por meio de uma oferta primária, quando os recursos são direcionados para o caixa da empresa, e o restante em oferta secundária, onde o Grupo Votorantim e o Banco do Brasil, atuais controladores, alienariam parte de suas participações.
Destaques do dia
Veja algumas das maiores altas e baixas das ações do Ibovespa agora, perto de 10h15.
Altas:
- Eletrobras (ELET3): +3,22%
- Cyrela (CYRE3): +1,91%
- Ultrapar (UGPA3): +1,65%
- MRV (MRVE3): +1,6%
Baixas:
- CVC (CVCB3): -0,21%
- Braskem (BRKM5): -0,22%
- Suzano (SUZB3): -0,51%
- YDUQS (YDUQ3): -0,51%
Bolsas no exterior
Confira o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa:
- Nova York (S&P 500) futuro: +0,28%
- Londres (FTSE 100): +0,05
- Frankfurt (DAX 30): -0,15%
- Paris (CAC 40): +0,05%
- Milão (FTSE/MIB): +0,27
- Xangai (SSE Composite): +1,6% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): -1,41% (fechada)
Última cotação do Ibovespa
De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última quinta-feira estável, a 100.623,64 pontos.
