Ibovespa fecha abaixo de 100 mil pontos com tensões EUA-China

O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira (8) por causa das tensões crescentes entre China e Estados Unidos, que estão indo além da guerra comercial.

O Ibovespa terminou o dia pela primeira vez abaixo dos 100 mil pontos desde o dia 3 de setembro, a 99.981 pontos. A mínima do dia ocorreu logo depois da divulgação da notícia que o governo dos Estados Unidos vai restringir vistos a membros do governo chinês.

Washington quer punir os funcionários do país asiático envolvidos na repressão da minoria islâmica da província de Xingjiang.

Além disso, os investidores também ficaram desanimados com as notícias sobre o baixo crescimento previsto para esse ano em mais de 90 países, divulgado pelo FMI.

FMI alerta sobre desaceleração econômica

Uma das razões que levaram o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo a cair foram as declarações da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, que alertou como 90% dos países do mundo deverão registrar uma desaceleração econômica em 2019.

De acordo com Georgieva, a próxima edição do relatório do FMI sobre a economia mundial trará revisões negativas para 2019 e 2020. O “World Economic Outlook” será divulgado na próxima semana.

“Em 2019, esperamos um crescimento mais lento em quase 90% do mundo. A economia global se encontra agora em uma desaceleração sincronizada”, afirmou a diretora-gerente.

Entre os fatores que causaram a redução do crescimento econômico, a economista falou sobre as incertezas relacionadas ao Brexit e os impasses comerciais entre Estados Unidos e China.

Saiba mais: FMI: Cerca de 90% dos países terão desaceleração econômica em 2019

“Ainda que o crescimento acelere em 2020, as lacunas atuais podem levar a mudanças que duram uma geração – cadeias de suprimento quebradas, setores comerciais isolados, um ‘Muro de Berlim digital’ que força países a escolherem entre sistemas de tecnologia”, declarou Georgieva.

Petrobras não será privatizada

Outra notícia que influenciou negativamente o Ibovespa foi a declaração do presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Roberto Castello Branco, sobre a eventual privatização da petrolífera.

“Não existe nenhum plano de privatizar a Petrobras, isso é um fantasma”, afirmou o presidente da estatal em uma audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.

A Petrobras tem feito diversos desinvestimentos nos últimos meses. “Estamos num processo de racionalização do espaço”, disse Castello Branco sobre a venda de ativos.

O dirigente da empresa aproveitou para lembrar que a petroleira tem feito planos de demissão incentivada para empregados dos setores que estão sendo vendidos. “Não vamos deixar ninguém para trás”, afirmou o CEO da empresa.

Saiba mais: Não há nenhum plano de privatizar a Petrobras, afirma Castello Branco

O presidente da estatal também falou sobre o diesel. “Poderíamos vender diesel a preço venezuelano que não resolveria o problema dos caminhoneiros. O problema dos caminhoneiros é que falta carga e, com os incentivos dados em governos anteriores, há um excesso de caminhões nas estradas”, analisou.

Banco Central autoriza aumento de capital do Nubank

O Banco Central (BC) anunciou a aprovação de um aumento de capital do Nubank, líder do segmento dos bancos digitais. O aumento será de R$ 189,23 milhões, fazendo com que o capital social da companhia passe a R$ 1,55 bilhão.

Saiba mais: Banco Central autoriza aumento do capital do Nubank em R$ 189 milhões

Segundo o Nubank, o aumento do capital está associado à rodada de investimentos ocorrida em junho. Na época, o unicórnio brasileiro recebeu o aporte de US$ 400 milhões. O fundo americano TCV liderou o investimento.

Além disso, a instituição monetária central do País também autorizou o aumento de capital em R$ 100 milhões do C6 Bank, concorrente do Nubank. O Banco Clássico também elevou seu capital social em R$ 265,91 milhões, chegando a R$ 3,56 bilhões.

Última cotação do Ibovespa

Na última sessão, na segunda-feira (7), o Ibovespa encerrou em queda de -1,93% a 100.572,733 pontos.

Carlo Cauti

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