Ibovespa abre em leve alta, de olho na ata do Copom e discurso de Powell

O Ibovespa abriu, nesta terça-feira (22), entre ganhos e perdas, ainda refletindo a preocupação dos investidores com a situação fiscal do Brasil, além de permanecer atento ao front exterior. Os mercados futuros norte-americanos operam levemente no azul, dando sinal de estabilização após a queda dos últimos dias.

Por volta das 10h15, a cotação do Ibovespa subia 0,25%, para 97.228,48 pontos. O mercado também está de olho nas perspectivas reveladas pela ata do Comitê de Política Monetária (Copom) referente à reunião da última semana, publicada nesta terça-feira.

O comitê formado pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, junto aos diretores da autoridade monetária central do País, salientou a projeção de uma inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 2,1% para este ano, com base no cenário híbrido.

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Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, um estudo do economista argentino Alberto Cavallo, professor da escola de negócios da Universidade de Harvard, mostra que o Brasil é o país que mais está sendo impactado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no que se refere à inflação. Entre os 18 países analisados, o Brasil demonstrou a maior diferença entre a inflação da pandemia e o IPCA.

O Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (21), demonstra que especialistas do mercado financeiro esperam que a inflação termine este ano em 1,99%, enquanto ano que vem deve atingir 3,01%.

Além disso, a ata do Copom também sinaliza que o BC também está próximo do nível a partir do qual cortes adicionais na taxa básica de juros da economia (Selic) poderiam ser acompanhadas de instabilidade nos preços de ativos financeiros.

Os relatos da ata no que se referem à Selic, após o comitê deixá-la em 2% após consecutivos cortes, vem à tona após a discussão do mercado acerca do effective lower bond, ponto em que a política monetária por meio da taxa de juros deixa de ser efetiva. “Foi ressaltado que esse prêmio é dinâmico e tende a ser maior no Brasil, dadas a sua relativa fragilidade fiscal e as incertezas quanto à sua trajetória fiscal prospectiva”, diz o documento.

O mercado também permanece de olho nas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), presidente do BC dos Estados Unidos, que falará no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados norte-americana. Esse será o primeiro de três dias de depoimentos ao Congresso nesta semana. Investidores estão atentos à perspectiva de Powell, que recentemente disse que o Fed apoiará a economia estadunidense por quanto tempo for necessário.

Giro corporativo

Segundo o jornal “Valor Econômico”, a Petrobras (PETR4) aguarda uma recuperação do mercado para que proponha a venda de sua participação remanescente na BR Distribuidora (BRDT3).

No fim do mês passado, a Petrobras conseguiu o aval do Conselho de Administração realizar o desinvestimento total na distribuidora. Entretanto, o movimento do mercado, para a estatal, não parece ser propício. Na última segunda-feira, o Ibovespa fechou em queda de 1,32%, a 96.990,719 pontos, mesmo patamar do início de julho. A bolsa brasileira cai 15% no ano.

A Oi (OIBR3) e a Advocacia Geral da União (AGU) estão realizando negociações que podem diminuir, em até 50%, a dívida pública de R$ 13 bilhões da tele.

A dívida bilionária da empresa, que se encontra em processo de recuperação judicial desde 2016, é referente a mais de mil multas aplicadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre a operadora, em um período de mais de dez anos. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.

Mercados no exterior

Confira o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:

  • Nova York (S&P 500) futuro: +0,25%
  • Londres (FTSE 100): +0,67%
  • Frankfurt (DAX 30): +0,69%
  • Paris (CAC 40): +0,30%
  • Milão (FTSE/MIB): +1,12%
  • Xangai (SSE Composite): -1,29% (fechada)
  • Tóquio (Nikkei 225): +0,18% (fechada)

Última cotação do Ibovespa

De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda-feira com uma queda de 1,32%, a 96.990,719 pontos.

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Jader Lazarini

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