Ibovespa em queda; Prisão de Temer e reforma no radar do mercado

Seguindo o ritmo da última sessão, o Ibovespa abre em forte queda nesta sexta-feira (22).

O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, opera em baixa com os reflexos da última sessão. A reforma para militares já havia esfriado os ânimos do mercado e prisão do ex-presidente Michel Temer foi o balde de água fria, fazendo o Ibovespa despencar no último pregão.

Nesta manhã, por volta das 10h36 o índice registrava uma queda de 1,6% ficando com 95.181,22 pontos.

Assuntos que devem movimentar o índice nesta sexta-feira (22):

  • Rusga entre Judiciário e Legislativo afeta reforma;
  • Balanços;
  • Leilão de portos;
  • Papéis de risco têm alta após prisão de Temer.

Rusga entre Judiciário e Legislativo afeta reforma

A reforma da Previdência é o principal assunto que movimenta o mercado até o momento no ano. Porém, o que gerava grande otimismo deixou a desejar com a reforma para militares. Dessa forma, na última sessão, o Ibovespa iniciou o dia em queda, devido as reflexos da proposta entregue ainda na quarta-feira (20).

A proposta que avalia uma economia de R$ 10,4 bilhões em 10 anos, gerou dúvida nos investidores em relação a economia de R$ 1 trilhão da reforma geral.

Para somar, a prisão do ex-presidente Michel Temer, colocou um novo entrave na negociação da reforma. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, fundamentados na delação do ex-operador do MDB, Lúcio Funaro.

De acordo com Funaro, os esquemas de corrupção no Congresso eram comandados por:

  • Eduardo Cunha;
  • Henrique Eduardo Alves;
  • Geddel Vieira Lima;
  • Moreira Franco;
  • Tadeu Filippeli;
  • Michel Temer.

Saiba mais: Ex-presidente Michel Temer é preso na Operação Lava Jato

No entanto, a prisão do ex-presidente gera temor no mercado, uma vez que foi tirado a atenção sobre a reforma da Previdência, que necessita da mobilização dos parlamentares para ser tramitada.

Segundo um assessor presidencial ouvido pela “Folha de S.Paulo”, a prisão de Temer era uma “questão de tempo”. No entanto, o momento em que aconteceu faz com que Legislativo e Judiciário aumentem seu atrito. Dessa forma, a ação da Polícia Federal (PF) pode atrapalhar na tramitação da reforma.

Isso porque a prisão pode ser entendida pelos parlamentares como uma investida contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Afinal, seu sogro, o ex-ministro de Minas e Energia do governo Temer, Moreira Franco, também foi preso na operação.

E por isso, poderia haver uma retaliação ao suposto ataque a Maia, com parlamentares desengavetando pautas contra o Judiciário, como projetos que tratam de abuso de autoridade, por exemplo.

Caso o contra-ataque entrasse na prioridade do Congresso, a preocupação com a reforma da Previdência ficaria marginalizada.

Balanços

Na noite da última quinta-feira (21), a CCR divulgou seu balanço financeiro. A empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 307,1 milhões durante o quarto trimestre de 2018. No mesmo período do ano anterior, a empresa havia tido um lucro líquido de R$ 329,1 milhões.

Saiba mais: CCR registra prejuízo líquido de R$ 307,1 mi no quarto trimestre de 2018

O prejuízo da CCR foi um reflexo das despesas extraordinárias da empresa devido ao acordo de leniência. Além disso, a greve dos caminhoneiros também gerou problemas para as contas da companhia.

Em bases comparáveis, onde são excluídos os novos negócios, a empresa obteve um lucro de R$ 356,9 milhões. No entanto, o montante representa um recuo anual de 21,1%.

Leilão de portos

Nesta sexta-feira, o governo vai leiloar quatro áreas portuárias. Delas, três estão localizadas em Porto Cabedelo – Paraíba (PB) e a outra em Porto de Vitória – Espírito Santo (ES).

Esse é o segundo leilão do governo Bolsonaro, uma vez que na última semana 12 aeroportos foram leiloados.

Vencerá o leilão quem oferecer o maior valor a ser pago para a União, em cima de uma outorga mínima fixada em R$ 1,00.

O arrendamento das áreas portuárias foi anunciado no governo do ex-presidente Michel Temer.

Papéis de risco têm alta após prisão de Temer

O Credit Default Swap (CDS) brasileiros, uma espécie de seguro contra a inadimplência, registrou forte alta na última quinta-feira, após a prisão do ex-presidente Michel Temer. Os papéis somaram 166 pontos, enquanto nos dias anteriores registrava 160 pontos.

Última cotação

Na sessão da última quinta-feira (21), o Ibovespa registrou uma queda de 1,34% ficando com 96.729,08 pontos.

Renan Bandeira

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