Ibovespa nos 100 mil pontos: veja 5 motivos para o recorde histórico

O Ibovespa fechou acima dos 100 mil pontos pela primeira vez na história. A marca foi batida momentaneamente no mês de março, às 14h44 da segunda-feira (18), quando o índice atingiu 100.027 pontos, para então oscilar novamente para a casa dos 99 mil. Mas a Bolsa só foi fechar de fato acima dessa marca, com 100.303,41 pontos, nesta quarta-feira (19).

Não foi o acaso que levou o Ibovespa aos 100 mil pontos. Alguns fatores, domésticos e internacionais, foram responsáveis pela marca simbólica, emblema da guinada da Bolsa de Valores de São Paulo nos últimos dois anos.

Saiba mais: Ibovespa bate marca histórica e chega aos 100 mil pontos nesta segunda-feira

Apesar do recorde dos 100 mil pontos, entretanto, o Ibovespa não está em sua máxima de acordo com várias métricas. O índice dolarizado, por exemplo, teve sua máxima alcançada em 2008, quando o dólar era negociado por volta de R$ 1,60 – ante os R$ 3,80 atuais. Isto é, os 72 mil pontos daquela época, quando o índice atingiu sua máxima, representava em dólares mais do que os 100 mil pontos de hoje.

Pelo menos cinco fatores ajudaram o Ibovespa a alcançar essa marca. Confira abaixo:

Taxa de juros do Fed

O Banco Central dos Estados Unidos (Fed) manteve inalteradas nesta quarta-feira (19) as taxas básicas de juros. A reunião de política monetária decidiu manter a taxa de juros em uma banda entre 2,25% a 2,50%.

Saiba mais: Fed mantém inalterada taxa de juros entre 2,25% e 2,50%

O Fed informou que vai atuar apropriadamente para sustentar a expansão da economia. Entretanto, sinalizou que estão preparados para tomar novas providências, caso necessário.

No comunicado, o Banco Central norte-americano apontou os sinais de continuação do crescimento econômico no país. Contudo, também citou o aumento de algumas incertezas.

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Taxa Selic

O Comitê de Políticas Monetárias (Copom) novamente deixou inalterada a taxa Selic a 6,5%. Esta é a décima decisão consecutiva para manter os juros básicos no mesmo patamar.

Saiba mais: Copom mantém taxa Selic a 6,5% pela 10ª vez consecutiva

O mercado financeiro dividiu-se nas expectativas de manutenção da taxa Selic. Tal divisão foi bastante influenciada por relatório divulgado pelo Itaú Unibanco (ITUB4), no qual foi um fechamento a 5,75% em 2019 dos juros básicos brasileiros.

Negociações entre EUA e China

A China afirmou que está otimista com a retomada das negociações entre o país e os Estados Unidos. O encontro entre as duas maiores economias do mundo será feita no G20, no Japão. O anúncio foi feito pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang.

Saiba mais: China está otimista com a retomada das negociações com os EUA

Na última terça-feira (18), o presidente Donald Trump afirmou que conversou por telefone com o presidente da China Xi Jinping e classificou a conversa como “muito boa”.

O porta-voz afirma que a história mostra ser possível um resultado positivo nas negociações. “Não estou me adiantando, mas a comunicação ao longo de quatro décadas mostra que é possível alcançar resultados positivos“, disse Kang em uma entrevista coletiva.

Bull Market Mundial

O mercado de renda variável está atualmente tendo um desempenho a favor de uma tendência de alta no mundo. Isso significa que os preços dos ativos, de um modo geral, estão subindo. Ocorre então o que o mercado chama de bull market – uma expressão usada para dizer que o mercado está otimista, e não apenas para a bolsa de valores, mas para a economia de forma geral. O termo pode ser utilizado também para indicar a escalada de preços do mercado imobiliário, commodities ou até mesmo cargos e salários.

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Por outro lado, o estado geral de uma economia ou nicho de mercado que está em baixa ou queda é chamado de “bear market”.

Reforma da Previdência

A comissão especial da reforma da Previdência discutiu na última terça-feira (18) o parecer do deputado Samuel Moreira. O relator retirará o aumento da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) sobre a Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

Saiba mais: Relator da reforma da Previdência estuda retirar alta de CSLL da Bolsa

A proposta da reforma da Previdência enviada pelo governo estimava uma economia de R$ 1,13 trilhão em 10 anos. No entanto, as novas mudanças estimam economia em R$ 913,4 bilhões até 2029.

Com objetivo de alcançar a primeira meta da economia imposta pelo governo, o deputado Moreira propôs transferência de 40% de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para a Previdência Social. Além de aumentar tributos aos bancos gerando uma receita de R$ 217 bilhões.

Giovanna Oliveira

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