Guerra comercial reduzirá PIB mundial, diz economista-chefe do FMI

A economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, afirmou nesta terça-feira (15) que a guerra comercial diminuirá o Produto Interno Bruto (PIB) global até 2020.

De acordo com a economista do FMI, até o ano que vem, o conflito comercial entre os Estados Unidos e a China pode reduzir aproximadamente 0,8 ponto percentual do PIB mundial.

Por conta disso da desaceleração econômica global, Gopinath ressaltou que não há espaço para ‘políticas erradas’.

“Os países precisam trabalhar juntos, porque o multilateralismo continua sendo a única solução para combater as principais questões, como os riscos das mudanças climáticas, riscos de segurança cibernética, taxas de evasão e as oportunidades e desafios das tecnologias financeiras emergentes”, afirmou a economista-chefe.

Outros fatores que contribuem para a desaceleração econômica

Segundo Gopinath, o baixo crescimento da produtividade e questões específicas de alguns países emergentes também motivaram a redução do crescimento da economia.

Ademais, a economista ressaltou que, por conta da guerra comercial, os aumentos das tarifas e das incertezas globais prejudicam os investimentos e a demanda por capital. Como consequência, o desempenho econômico do mundo inteiro é afetado.

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A contração da indústria automobilística por conta da diminuição das emissões na zona do euro e na China devem impactar a economia a longo prazo.

“Na ausência de pressões inflacionárias e diante da fraqueza da atividade, os principais bancos centrais têm apropriadamente atuado para reduzir os riscos de redução do crescimento e prevenindo a desancoragem das expectativas de inflação”, disse Gopinath.

Análise do FMI sobre a economia global

De acordo com o FMI, as economias desenvolvidas apresentarão um avanço de 1,7% neste ano, estimativa 0,2% abaixo da divulgada em julho. Para ano que vem, a projeção foi mantida em 1,7%. Os países emergentes ou em desenvolvimento devem crescer 3,9% em neste ano (em julho, eram esperados 4,1%) e 4,6% em 2020, ante 4,7% previstos anteriormente.

Saiba mais: FMI reduz previsão de crescimento para a economia global em 2019

A China, segunda maior economia mundial, deve crescer 6,1% em 2019, projeção 0,1% abaixo do divulgado em julho. Para o ano que vem, a expectativa é de crescimento de 5,8%. Antes, eram estimado um crescimento de 6% em 2020.

O FMI atribui essa nova revisão, principalmente, ao avanço acentuado das disputas comerciais ao redor do mundo, que haviam diminuído no começo deste ano.

Giovanna Oliveira

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