Grubisich pede para Justiça impedir bancos de tomarem ações da Braskem

O ex-executivo da Odebrecht, José Carlos Grubisich, fez novamente um pedido à Justiça com o objetivo de garantir que todos os credores do grupo tenham acesso às ações da Braskem. Vale ressaltar que Grubisich também era acionista da Odbinv, controladora da Odebrecht, que está em recuperação judicial desde junho.

Os papéis da Braskem foram entregues a um determinado grupo de bancos como forma de garantia. Grubisich quer fazer com que a justiça impeça esses bancos de executarem extrajudicialmente as garantias fiduciárias ou reais constituídas sobre as ações da Braskem até que ocorra a Assembleia Geral de Credores, que vai definir o plano.

No pedido realizado por Grubisich, na última sexta-feira (25), o executivo disse que a constituição dessas garantias nos últimos anos “está inserida num contexto de fraude contra credores” e pede que, dessa forma, seja concedida a liminar. O pedido foi apresentado pela empresa Warde Advogados ao juízo da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, onde acontece o processo de recuperação da Odebrecht.

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Grubisich também requisita a intimação do Ministério Público, o administrador judicial, as recuperandas e demais credores para que se manifestem sobre a petição.

Vale ressaltar que Grubisich tem R$ 67,7 milhões para receber do grupo Odebrecht. O valor é relacionado à venda de ações da Odbinv quando deixou o grupo.

Ex-presidente da Braskem acusa grupo Odebrecht

No início de outubro, o ex-presidente da Braskem  já havia acusado o Grupo Odebrecht de fraude a credores. A Odebrecht, entretanto, negou irregularidades no processo do pagamento de suas dívidas.

Grubisich deu entrada com o processo no dia 23 de setembro, na 1ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem do Foro Central Cível de São Paulo. O alvo da fraude, segundo Grubisich, era a liberação de ações da Braskem para os credores.

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De acordo com o executivo, as ações faziam parte de garantias bancárias feitas pela Odebrecht ao fazer empréstimos com bancos comerciais para quitar dívidas pelas quais esses bancos eram fiadores.

“Em outras palavras, Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander emprestaram dinheiro para que a Odebrecht pagasse Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander. Dito de forma simples: tratava-se apenas de rolagem de dívida. A diferença é que ao rolar essas dívidas, os credores financeiros foram gratificados com um belíssimo reforço de garantias: penhor de 50,11% das ações ordinárias da Braskem, alienação fiduciária de 22,91% das ações preferenciais Classe A e B da Braskem, para além de cessão fiduciária de todos os direitos de dividendos relativos às ações acima mencionadas”, diz a ação.

Juliano Passaro

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