Greve dos caminhoneiros: paralisação pode ter início nesta semana

Uma nova greve dos caminhoneiros pode começar nesta segunda-feira (16) em várias regiões do Brasil. A mobilização tem ganhado força em grupos de WhatsApp na últimas semanas e possui o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logísticas (CNTTL).

A organização, que é ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), apoia a greve dos caminhoneiros, mas o movimento parece estar dividido.

Wallace Landim, o “Chorão”, representante dos caminhoneiros que negocia junto ao governo, disse ao jornal “O Estado de S.Paulo” que a classe está sendo alvo de interesses políticos e que os principais pedidos dos trabalhadores já tem data para serem atendidos.

“Temos uma pauta importante, que já está na mesa e que tem data para ser atendida. Temos de ter muita seriedade em relação ao que está sendo feito. O que estão querendo é usar o transportador como massa de manobra para um movimento político”, afirmou.

Confira: Boletim Focus eleva previsão do PIB para 1,12% em 2019

Na próxima terça-feira (17), segundo Chorão, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) se comprometeu em publicar o novo Código Identificador da Operação de Transportes (Ciot), medida que vai colaborar com a fiscalização e punição de empresas que tem contratado caminhoneiros com preços abaixo do mínimo estabelecido na tabela do frete.

Outra solicitação é o reajuste do piso mínimo do frete. De acordo com Chorão, o governo já se comprometeu em realizá-lo até 20 de janeiro do ano que vem, com a expectativa de que esse aumento fique entre 14% e 18%. Outras negociações estão em andamento ainda para tratar do preço do diesel.

Saiba mais: Governo retira multa de 10% do FGTS na demissão

“Concordo que estamos no limite de nossa situação, mas é preciso enxergar que as coisas estão em andamento. Nossa maior crítica hoje é o atravessador, a empresa que está entre o produtor e o caminhoneiro. É preciso eliminar esse atravessador e facilitar a contratação direta do caminhoneiro, seja cooperado ou autônomo”, salientou.

Reivindicações por trás da greve dos caminhoneiros

Nas redes sociais, representantes da CUT têm divulgado vídeos em que negam motivações políticas. “Estão tentando desvirtuar o movimento dos caminhoneiros, com essa história de que se trata de um movimento político. Quem faz isso tenta desmobilizar a classe, é covarde”, disse Sandro Cesar, presidente da organização no Rio de Janeiro, em vídeo compartilhado entre os trabalhadores.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2022/08/CBA_Banner_Suno_1080x250.png

“Quero saber se tem alguém, em algum lugar desse Brasil, que está feliz com o preço da gasolina, do gás, do óleo diesel. Se tem alguém feliz com isso, deve ter outros interesses”, reforçou Cesar.

No final do ano, quando o volume de transporte de grãos é menor, é comum haver uma oferta maior de caminhões no mercado. Como todos querem trabalhar, algumas companhias acabam praticando preços inferiores aos previstos na tabela do frete, que foi adotada durante a primeira paralisação do setor, ocorrida durante a gestão do ex-presidente Michel Temer, em maio de 2018.

Veja também: Economia da reforma da Previdência é revisada para R$ 855,7 bi

Para aplacar a greve dos caminhoneiros, o governo cedeu e instaurou uma tabela mínima de preços de frete. Todavia, a indústria ainda critica o mecanismo e diz que este tem prejudicado os negócios.

Jader Lazarini

Compartilhe sua opinião