Grana na conta

Governo abre processo para investigar rompimento da barragem da Vale

O Ministério de Minas e Energia (MME) determinou a instauração de um processo administrativo para colher mais informações sobre o rompimento da barragem da Vale. A determinação foi publicada nesta segunda-feira (11), no “Diário Oficial da União”.

De acordo com o texto, o processo tem como objetivo “coletar todas as informações, dados, documentos, manifestações e decisões” no âmbito da Secretaria de Geologia e Mineração, referentes ao rompimento da barragem da Vale, em 25 de janeiro, em Brumadinho (MG).

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O desastre de Brumadinho

A Barragem de rejeitos da mina de Córrego do Feijão estourou no dia 25 de janeiro. No entanto, a mina está localizada na área metropolitana de Belo Horizonte, e é de propriedade da Vale.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, ao menos 165 pessoas morreram e 155 estão desaparecidas.

O acidente gerou uma avalanche de lama, que liberou em torno de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos. A lama destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, arrastou casas e uma ponte.

Entretanto, a barragem que se rompeu faz parte do complexo de Paraopeba. A mina é responsável por 7,3 milhões de toneladas de minério de ferro do terceiro trimestre de 2018. Dessa forma, o volume corresponde a 6,2% da produção total da mineradora.

De acordo com a Vale, foi iniciada uma sindicância interna para apurar as causas do rompimento da barragem. “Os resultados preliminares foram compartilhados hoje com as autoridades federais e estaduais que estão acompanhando o caso”.

Desastre de Mariana

Esse é o segundo desastre com barragem em que a Vale se envolve em três anos. Em 2015 ocorreu a tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem da Samarco. Naquele desastre morreram 19 pessoas e a lama destruiu centenas de casas e construções.

A Samarco é controlada pela Vale e pela mineradora anglo-australiana BHP Billiton, cada uma com 50% das ações. As duas empresas produtoras de minério de ferro se tornaram alvo de ações na Justiça por conta do desastre. As pessoas afetadas ainda esperam por reparação.

Renan Bandeira

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