Google é investigado na Europa por oferta de US$ 2 bi pela Fitbit

A Comissão Europeia lançou nesta segunda-feira (4) uma investigação aprofundada sobre a oferta de US$ 2,1 bilhões do Google (NASDAQ: GOOG) para a empresa de dispositvos eletrônicos Fitbit. A instituição teme que a aquisição possa prejudicar a concorrência nos mercados de publicidade digital.

Além disso, a investigação examinará se:

  • uma fusão dos bancos de dados e sistemas das duas empresas afetaria o desenvolvimento do setor de saúde digital da Europa;
  • e se o Google conseguiria reduzir a capacidade de conexão do sistema operacional Android com dispositivos rivais da Fitbit, visando privilegiar a empresa.

Margrethe Vestager, vice-presidente executivo responsável pela política de concorrência, disse que a investigação “visa garantir que o controle do Google sobre os dados coletados por meio de dispositivos portáteis, como resultado da aquisição, não distorça a concorrência”.

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A comissão disse que temia que o Google usasse os dados do Fitbit para melhorar a personalização dos anúncios presentes em seu mecanismo de pesquisa e em outras páginas. Isso tornaria mais difícil para os rivais competirem e, finalmente, levaria a “custos mais altos. . . e menos escolhas” para anunciantes e editores.

Rick Osterloh, vice-presidente sênior de dispositivos e serviços do Google, indicou em um comunicado que o acordo era “sobre dispositivos, não dados”, acrescentando que a empresa havia deixado claro desde o início que os dados de saúde e bem-estar do Fitbit não seriam usados para anúncios do Google. Adicionalmente, os usuários do Fitbit poderiam “revisar, mover ou excluir seus dados”. Ele também disse que havia uma “concorrência vibrante” nesse setor.

O Google prometeu no mês passado não usar os dados do Ftibit para melhorar sua segmentação de anúncios. No entanto, a comissão disse que o compromisso de criar um armazenamento virtual de dados não cobriria todas as informações às quais o Google obteria acesso, e que poderiam ser usadas para publicidade.

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A Comissão Australiana de Concorrência e Consumidores também está conduzindo uma investigação sobre a possibilidade da fusão com o Google impactar a concorrência nos mercados de saúde e tecnologia. Sua decisão será anunciada ainda este mês.

Daniel Guimarães

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