Goldman Sachs se declara culpado em esquema de suborno na Malásia

A subsidiária do grupo financeiro Goldman Sachs na Malásia se declarou culpada nesta quinta-feira (22) de conspirar para violar leis norte-americanas antissuborno.

O movimento representa o primeiro passo no sentido de uma resolução na longa investigação sobre o papel do banco estadunidense no escândalo de corrupção na Malásia. Os advogados do Goldman Sachs, que atenderam a sessão do tribunal federal do Brooklyn, afirmaram que a unidade da instituição financeira no país se declararia culpada de violar a Foreign Corrupt Practices Act, que veta empresas dos Estados Unidos de pagar subornos a funcionários do governo no exterior.

A empresa confessou sua participação no esquema de corrupção ocorrido entre os anos de 2009 e 2014, quando executivos do banco prometerem um pagamento de mais de US$ 1,6 bilhão em propina para obter preferência investimento lucrativos na 1Malaysia Development Bhd (1MDB), empresa de desenvolvimento estratégico da Malásia voltada para fomentar negócios no país.

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Há muito, críticos alegam que as taxas de lucro registradas pelo Goldman Sachs eram de longe mais elevadas do que aquelas observadas para o tipo de serviço que o banco prestava, o que deveria ter sido um alerta de que algo não estava certo.

Goldman integra rol dos maiores escândalos da história

O esquema envolvendo o grupo financeiro norte-americano que levou ao desaparecimento de bilhões de dólares da empresa de desenvolvimento malaia se posiciona como um dos maiores escândalos financeiros da história, com o Goldman Sachs tendo acordado pagar aos governo dos Estados Unidos que havia pagado depois da crise de 2008.

A declaração de culpa ocorre enquanto o banco finaliza um acordo junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos para pagar cerca de US$ 2,8 bilhões (equivalente a R$ 15,63 bilhões) e admite irregularidades para encerrar um processo de suborno relacionado ao 1MDB, segundo o jornal “The Wall Street Journal”.

Além disso, o Goldman Sachs ainda fechou, em julho deste ano, um acordo para pagar ao governo da Malásia em um valor de US$ 2,5 bilhões, enquanto um regulador financeiro de Hong Kong multou o banco norte-americano em US$ 35 milhões por sua participação no escândalo. Ao todo, as penas excedem a marca de US$ 5 bilhões, o que corresponde a cerca de oito meses de lucro da companhia.

Às 15h30, as ações do Goldman Sachs, listadas na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), registravam uma alta de 1,36%, cotadas a US$ 205,67.

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Arthur Guimarães

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