Defesa de Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan, recorre decisão de juiz

A equipe de advogados do ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, recorreram da decisão do juiz de negar liberdade sob fiança ao seu cliente. As informações foram divulgadas pelo Tribunal de Tóquio nesta quinta-feira (17).

Carlos Ghosn está preso desde novembro de 2018, sob três acusações por abuso de confiança e violação das leis financeiras.

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O ex-presidente  da Nissan ficará em prisão provisória pelo menos até 10 de março caso o recurso apresentado hoje não altere a decisão de primeira instância comunicada na terça-feira (15).

A fim de mantê-lo preso, a Justiça alegou risco de fuga, de ocultação ou destruição de provas.

Renault

Na última quarta-feira (16), o governo francês convocou um conselho de administração da montadora para selecionar um sucessor para Carlos Ghosn.

O governo francês é o primeiro acionista da Renault.

Ghosn perderá seu último cargo de executivo em montadoras, com a provável saída da Renault.

A Nissan e a Mitsubishi já o retiraram do posto de presidente de seus conselhos administrativos após a prisão em novembro.

As três empresas tem uma Aliança da qual o executivo era líder.

As acusações contra Carlos Ghosn

Confira abaixo as acusações que o executivo encara:

  • Sonegação de renda: Ghosn é investigado por subestimar a sua renda entre 2010 e 2018.
  • Transferência de prejuízos pessoais para a Nissan: durante a crise global de 2008, o ex-presidente transferiu parte da dívida de investimentos pessoais para a Nissan. Conforme Ghosn, a multinacional estaria consciente da movimentação.
  • Uso pessoal de imóveis comprados pela Nissan: uma investigação interna da fabricante de carros revelou que uma subsidiária montada na Holanda, que supostamente financiava investimentos de capital de risco, foi utilizada para comprar ou alugar imóveis corporativos, nos quais o executivo se hospedava quando viajava. Dos quatro imóveis identificados em quatro países diferentes, um fica no Rio de Janeiro.

O ex-diretor da Nissan, Greg Kelly, que enfrentava acusações mais leves que Carlos Ghosn, teve o pedido de liberdade sob fiança aceito em 25 de dezembro.

Amanda Gushiken

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