Gestora Persevera recebe aporte de R$ 85 milhões do BNP Paribas

O BNP Paribas, grupo francês, inovou em sua nova parceria com a gestora brasileira Persevera. A incubação foi de € 20 milhões (aproximadamente R$ 85 milhões na cotação atual).

Esse processo funciona da seguinte forma: o BNP Paribas não se torna sócio da gestora, que possui R$ 180 milhões em patrimônio de fundo multimercado. Em troca do investimento, vai receber parte do retorno dos fundos e uma fatia das receitas futuras ao longo dos próximos seis anos, ao menos. O formato também é chamado de “revenue share“.

BNP Paribas acredita no crescimento da gestora brasileira

A incubação da Perserva é uma das dez operações já realizadas pelo BNP Paribas Capital Partners, braço de investimentos alternativos do grupo. Gilles Guerin, executivo da BNP Paribas Capital, disse que o aporte no fundo Persevera Compass “representa uma diversificação do nosos portfólio”.

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O BNP Paribas enxergou uma oportunidade em investir no fundo brasileiro. A Perserva, que iniciou suas atividade há menos de um ano atrás, possui uma gestão experiente e consolidada.

Cesar Damous, com passagem pelo Western Asset e Franklin Templeton, Guilherme Abbud, que também passou pelo banco britânico e pelo HSBC e Fernando Fontoura, que também foi executivo na instituição inglesa, além da Bradesco Asset Management.

O negócio se assemelha a um aporte de capital semelhante a uma startup. “A ideia é justamente catalisar o processo de crescimento da Persevera”, afirma Luiz Sorge, CEO da BNP Paribas Asset Mangement no Brasil.

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Sorge salienta que a parceria vai permitir que a gestora “agregue negócios complementares”.

“Estamos investindo no longo prazo e na capacidade de a equipe da Persevera gerar ‘alfa’ com uma estratégia mais sólida”, disse o CEO.

Para o executivo, o Brasil “está entrando em uma terceira onda de gestão ativa”. Anteriormente, o foco estava mais no curto prazo. Mas a manutenção da taxa de juros do País em um dígito por um prazo maior vai tornar o investidor local mais sofisticado, afirmou o executivo.

“As pessoas vão ter de entender que existem estratégias que demoram um pouco mais para maturar”, disse Sorge.

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Abbud, um dos sócios da gestora, ressaltou que “existem trilhões de reais estacionados em Certificados de Depósitos Interbancários (CDI)”. Com a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, mínima histórica, grande parte desse recursos vai migrar para estratégias mais diversificadas.

“O que nos leva a acreditar que o juro vai continuar baixo por um bom tempo? É que pela primeira vez na história temos inflação baixa mesmo com câmbio desvalorizado, aliado a uma vulnerabilidade externa pequena, com alto nível de reservas internacionais”, um dos criadores da gestora que entrou em acordo com o BNP Paribas.

Jader Lazarini

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