Geolocalização para tomada de decisão de investimentos: a estratégia da Inloco na Faria Lima

O processo de tomada de decisão de investimento passa por algumas etapas oriundas da filosofia de cada gestora. A Inloco aproveitou a crise causada pelo coronavírus (covid-19) para oferecer ajuda neste processo utilizando justamente o que a companhia já fazia: transformar o comportamento das pessoas em dados relevantes.

Se antes da pandemia a Inloco se concentrava apenas em soluções de marketing baseadas em geolocalização, agora a startup pega esses dados e consegue estimar quais lojas vêm recebendo mais clientes em meio a crise, quais aplicativos são mais utilizados e, assim, projetar qual empresa está recuperando a demanda.

“Isso pode ser usado para analisar empresas específicas e também setores. Seria mais um fator para a tomada de decisão e embalamos esse produto e, agora, de fato começamos a ter uma demanda interessante no mercado de investimentos”, disse André Ferraz, CEO da Inloco.

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Mesmo em fase ainda inicial, seis gestoras (cinco de SP e uma do RJ) já utilizam os dados para auxiliar no processo de investimento. Apesar de não revelar valores, de acordo com Ferraz, a ampliação do core business da empresa foi rápido e sem grandes investimentos.

“A gente já fazia algo semelhante e atendia o varejo. O investimento foi muito pequeno, mais do ponto de vista de trazer pessoas para analisar isso do lado do investimento e não da operação”, afirmou.

Inloco ajuda gestores a projetar retorno do faturamento

Se no mercado acionário quem ganha mais é quem tem a informação antes, a Inloco promete ajudar o gestor a se antecipar até mesmo a empresa.

Com a leitura da geolocalização de celulares, a companhia fornece a gestores dados que mostram o comportamento dos consumidores em relação a setores ou empresas específicas.

Por exemplo, se um gestor está na dúvida a Via Varejo ou a Magazine Luiza vai sair na frente das vendas em meio a crise, ele consegue analisar o movimento nas lojas, baseado na geolocalização, e fazer uma estimativa de faturamento.

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“Basicamente, o que se faz, é pegar o quanto era o faturamento no trimestre passado, vê o tráfego em loja física, o tráfego em mobile, e aí a partir disso faz um cruzamento com os novos dado e estima”, afirmou o CEO da Inloco, que foi fundada em 2010 por oito alunos de ciência da computação na Universidade Federal de Pernambuco.

Além da geolocalização, a companhia também consegue analisar quantos aplicativos das empresas foram realmente baixados e utilizados. Com base nessas informações, o gestor consegue melhorar a percepção de quem empresa o fundo deveria investir.

Para conseguir rentabilizar melhor o novo serviço, a Inloco aposta agora em duas versões.

“Temos dois modelos. O padrão, que trazemos a visão dos setores, que é uma assinatura mensal onde atualizamos esses dados com frequência. Já na outra versão, o cliente consegue customizar, adicionando marcas específicas que ele quer seguir com detalhes maior, regionalizados, etc”, disse André Ferraz.

Em meio a pandemia, a Inloco, que já havia redistribuído forças para lançar a Incognia, agora busca expandir. Resta saber se os gestores da Faria Lima estão dispostos a incrementar (ainda mais) a tese de investimentos.

Vinicius Pereira

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