Gafisa estudará gestão da GWI na empresa; AGE elege conselho

O novo presidente-executivo da construtora Gafisa (GFSA3), Roberto Portella, disse nesta segunda-feira (15) que a gestora GWI Asset Management não é mais acionista na companhia. Além disto, a construtora estudará os efeitos da gestora na empresa.

Como a GWI deixou de ser acionista na companhia, não foi necessário suspender os direitos da gestora na Gafisa. Tal ideia seria discutida na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) desta data. A assembleia votou os nomes do Conselho de Administração.

Em adendo, as demissões da construtora ocorridas no período também serão estudadas. “Há suspeita que a decisão de demissões não foi acertada”, declarou Portella. As informações são do “Valor Econômico”.

 

A GWI obtinha mais de 50,17% das ações da companhia, até janeiro deste ano. Contudo, não publicou edital de oferta pública de aquisição (OPA) da totalidade das ações de emissão da Gafisa. A publicação é obrigatória pelo estatuto da empresa.

A nova administração da construtora também deve analisar o programa de recompra de ações, aberto durante a gestão do GWI.

A companhia também deve decidir o destino dos recursos obtidos, com a alta de capital, em fevereiro de 2018. Segundo Portella, a Gafisa tem seis empreendimentos na própria holding, e não em Sociedades de Propósito Específico (SPEs). Desta forma, não há financiamento para tais projetos.

O executivo também informou que o caixa da construtora foi queimado, ao invés de ser aplicado na atividade da empresa. Portella ressaltou que a companhia pretende buscar novas oportunidades no mercado.

O presidente indicou que a Bain & Company fará avaliação do mercado e produtos para a Gafisa. Mas a companhia poderá fechar contrato com outra consultoria. A Falconi Consultores de Resultado também analisará a situação da empresa.

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Tenda

Em entrevista coletiva, o presidente da Associação Brasileira de Investidores (Abradin), Aurélio Valporto, ponderou que “há indícios muito fortes que a cisão da Tenda da Gafisa foi uma fraude“.

No primeiro semestre de 2017, a construtora vendeu a participação na Tenda. Esperava-se que com os recursos captados houvesse redução do endividamento da companhia. Entretanto, as dívidas corporativas continuaram altas.

Recuperação judicial

O novo presidente alegou que a recuperação judicial da Gafisa nunca foi cogitada, e que a empresa está cumprindo contratos.

“Falar em insolvência e redução do valor de dívidas está em um plano que não consideramos“, disse Portella.

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Minha Casa, Minha Vida

Por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs), Portella contou que a construtora avalia atuar no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, operado pela Caixa Econômica Federal (CEF), além de habitações para idosos.

“Não podemos errar, já há erros demais na história da companhia”, disse o presidente.

Assembleia Geral Extraordinária

A Gafisa elegeu a chapa do Conselho de Administração na AGE desta data. Além de Roberto Portella, que assumiu no fim de março, foram eleitos:

  • Nelson Tanure;
  • Demian Fiocca;
  • Antonio Carlos Romanoski;
  • Thomas Reichenheim;
  • Eduardo Jácome
  • e Leo Simpson.

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Ações da Gafisa

As ações ordinárias (ON) da Gafisa eram cotadas a R$ 7,48, com queda de 4,35%, na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) às 16h45.

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Amanda Gushiken

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