Fundo Imobiliário do Estado de São Paulo estreia em março

O Fundo de Investimento Imobiliário (FII) do Governo do Estado de São Paulo começará suas operações na Bolsa de Valores em março. O fundo terá inicialmente 264 imóveis no portfólio. Entre eles, prédios comerciais, residenciais, terrenos, barracões e ginásios. O valor total dos imóveis na carteira é estimado em quase R$ 1 bilhão.

O Fundo Imobiliário de São Paulo é uma novidade no Brasil. O FII é o primeiro fundo cujo maior cotista é um órgão público. Até o momento, o único cotista do fundo é o próprio Estado de São Paulo.

As unidades que compõem o portfólio inicial do fundo estão com toda a documentação regularizada. Dessa forma, segundo o governo do Estado, será possível facilitar as negociações.

Saiba mais: Prefeitura de São Paulo erra e IPTU pode ultrapassar 50% de reajuste 

Segundo o secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, graças ao FII o governo tem uma meta de arrecadação de cerca de R$ 300 milhões. Esses recursos derivarão da venda de cotas e da monetização dos ativos imobiliários.

O governador de São Paulo, João Dória, anunciou no mês passado a intenção de se desfazer de 22 mil imóveis “sem utilidade”. Doria explicou o plano de venda no mesmo dia em que foi anunciada a criação do fundo.

Caso essas vendas se concretizem, seria uma oportunidade para o mercado imobiliário paulistano. O setor se movimentaria graças a esses novos negócios.

Além disso, o FII paulista poderá investir no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários. Um tipo de operação possível mesmo se não seja a finalidade principal do fundo.

Saiba mais: Setor imobiliário de São Paulo deve ter alta de 10% ao final de 2018 

Quem administrará os ativos do FII será a corretora Socopa. A empresa trabalhará junto com a gestora TG Core. Ambas as empresas venceram, em consórcio, a licitação realizada no ano passado.

Governo detêm 30 mil imóveis

O governo de São Paulo tem cerca de 30 mil imóveis, muitos deles inúteis para a administração pública e que geram custos para os cofres do Estado. O Executivo paulista tenta se desfazer dos ativos há anos, mas com pouco êxito. A taxa de sucesso nas negociações é de apenas 9%. Isso por causa dos limites dos modelos convencionais, realizados por licitação ou concorrência pública.

Com a criação do FII, os imóveis serão transferidos para o fundo. Um tipo de gestão vantajoso do ponto de vista da gestão dos ativos, já que é feita por profissionais do mercado. Dessa forma, aumentam as chances de valorização dos empreendimentos e a rentabilidade para os cotistas.

Segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o patrimônio dos fundos imobiliários brasileiros cresceu 2.000% entre 2005 e 2018. O valor total passou de R$ 2,4 bilhões para R$ 48 bilhões nesse 13 anos.

Carlo Cauti

Compartilhe sua opinião