Fri Digital: suposta pirâmide atua com sistema de empréstimos

A Fri Digital é uma suposta empresa que atua no mercado por meio de “Contratos de Mútuo“. A companhia, entretanto, é suspeita de atuar sob o esquema de ‘pirâmide financeira’. As informações são do escritório de advocacia Picanço F. Braga.

A empresa começou a atuar em março do ano passado sob o nome fantasia “Valoren Investimentos” e, segundo informações do escritório de advocacia, já fez mais de 5 mil vítimas de golpes financeiros. A forma mais utilizada no “negócio da empresa” é a captação de Contrato de Mútuo, que consiste no empréstimo do capital de um cliente (“aplicação”) ao Grupo de Empreendimentos FRI Digital. Assim, a empresa, supostamente, se responsabiliza por pagar uma taxa de juros mensal sobre o empréstimo do cliente.

Os períodos de contratação são de 6 ou 12 meses. O cliente que buscava os supostos juros simples na companhia poderia efetuar o saque mensal. Já o cliente que tinha como intuito os juros compostos, era obrigado a realizar o saque apenas ao final do contrato. Com a aplicação de no mínimo R$ 1000, a Fri Digital prometia uma taxa de juros de 10% ao mês, o que já é algo suspeito, por ser uma rentabilidade alta para uma taxa fixa.

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A empresa ainda colocava algumas restrições para seus clientes como por exemplo o saque mínimo de R$ 100 e o desconto de R$ 8,00 para transferência da taxa de juros.

De acordo com as informações do escritório de advocacia, para realizar as operações, os clientes preenchiam um cadastro aderindo os supostos serviços da companhia e, após o preenchimento dos dados, os investidores recebiam uma senha para acesso ao dashboard da empresa.

“Captação de mútuo é o produto chave das relações FRI, consiste em um empréstimo do capital do cliente a Empresa, o qual a mesma se responsabiliza em pagar uma taxa de juros mensalmente sobre o valor emprestado. Como forma de acordo, o Contrato de Mútuo entre a FRI e o mutuante”, informa a Fri Digital em seu site.

Além dos contratos de mútuo, a Fri Digital também diz atuar com “empréstimo com garantia de imóvel”, “complementação de renda”, oferecendo “qualidade e segurança a vida financeira a longo prazo”, e “modalidades de compra para carro 0 KM”. Quase todos os negócios da empresa consistem em modalidades de supostos empréstimos.

Segundo o advogado especialista em mercado financeiro, Artemio Picanço, a evidência robusta de que a companhia atua como uma empresa fraudulenta é o fato de que nenhuma das empresas ou pessoas físicas envolvidas nos negócios possuem registro como instituição financeira autorizada junto ao Banco Central. Além disso, a Fri Digital também não possui autorização ou registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de valores mobiliários no Brasil.

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Carlo Cauti

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