Ford negocia venda da fábrica do ABC com novo interessado

A Ford iniciou negociações de compra da fábrica baseada no ABC paulista com com grupo de fora do setor automobilístico em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19).

A fabricante de automóveis vem tentando vender a planta desde o anúncio de encerramento das operações na região, feito em fevereiro de 2019. Nesse sentido, a Ford duas empresas chinesas e o Grupo Caoa, todos da indústria automobilística, mostraram interesse na compra.

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O fundador do Grupo Caoa e de revendas da Ford, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, era o mais cotado para ficar com a unidade. No entanto, o empresário desistiu do negócio após ter pedido de empréstimos negado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

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Dessa forma, a presidente da Ford para a América do Sul, Lyle Watters, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que “temos novos interessados, incluindo não automotivos e com alto potencial de geração de empregos”. A executiva ainda ressaltou que há progresso nas negociações, mas preferiu não dar maiores detalhes.

O fechamento da fábrica na região do ABC paulista é parte de um programa de corte de custos que já obteve alguns resultados. A Ford reportou um prejuízo de US$ 113 milhões (cerca de R$ 649,75 milhões) no primeiro trimestre de 2020. Os números representam uma alta de 29% em comparação ao mesmo período do ano anterior, com perdas de US$ 158 milhões.

As atividades da Ford no Brasil correspondem a 60% dos negócios da região da América do Sul. A fábrica localizada no ABC teve as operações encerradas após produzir automóveis e caminhões por 52 anos.

Ford fecha fábrica do ABC paulista

A companhia encerrou em outubro de 2019 a produção da fábrica de Taboão, em São Bernardo do Campo (SP). A Ford havia anunciado em fevereiro que deixaria o segmento de caminhões na América do Sul, assim como já tinha feito no resto do mundo.

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Nesse sentido, cerca de 600 funcionários que atuavam no linha de montagem foram dispensados. Enquanto, segundo a fabricante, outros mil trabalhadores do setor administrativo ainda seriam realocados em São Paulo.

A unidade do ABC já concentrou toda a produção de automóveis da Ford no Brasil. Até o ano passado, entretanto, a fábrica era responsável pela fabricação da linha de caminhões.

Arthur Guimarães

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