Saída de investimentos estrangeiros atinge países emergentes, aponta FMI

Conforme dados do relatório de estabilidade financeira global, do Fundo Monetário Internacional (FMI), os mercados estrangeiros sofreram com recordes de saques de investidores estrangeiros.

Segundo a organização financeira internacional,desde 21 de janeiro, o fluxo de recursos para países emergentes registra resultado negativo em US$ 100 bilhões (R$ 519 bilhões). Esse é o pior desempenho já observado em um período tão curto, apontou o FMI.

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A instituição internacional qualifica as condições atuais como uma “tempestade perfeita” que atinge as economia emergentes. De acordo com o FMI, o cenário se trata de “uma combinação sem precedentes de choques externos, que incluem a pandemia de covid-19, o declínio dos preços do petróleo, a crescente aversão ao risco e a perspectiva de uma recessão global”.

FMI indica impactos para países emergentes

A saída de aporte financeiro por parte de investidores estrangeiros em carteira representa 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) agregado dos países emergentes registrado no primeiro trimestre de 2020, segundo cálculos FMI.

Os preços dos papéis de países emergentes caíram cerca de 20% líquidos desde janeiro, indicou o relatório. Da mesma maneira, o câmbio também sofreu depreciações acentuadas. As divisas de países exportadores de commodities, como a Rússia, a África de Sul, o México, a Colômbia e o Brasil, registraram queda de mais de 20% frente ao dólar, no primeiro trimestre de 2020.

Saiba mais: PIB brasileiro terá retração de 5,3% em 2020, aponta FMI

Os bônus soberanos de países emergentes denominados em dólar apresentaram maior nível desde de a crise financeira de 2008. Segundo o FMI, no final de março, a emissão desse tipo de título registrou um spread em média perto de 700 pontos-base. Os países com economia ainda mais frágil já enfrentam custos de financiamento acima de 1.000 pontos-base e se aproximam de patamares de lata recordes.

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O FMI ainda avalia que as turbulências após o início da pandemia do novo coronavírus aliada a uma “dramática deterioração do cenário econômico têm mudado a perspectiva de crescimento global para massivamente uma recessão”. Dessa forma, “isso aponta para uma elevação significativa dos riscos ao crescimento e estabilidade financeira”.

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A organização financeira internacional ainda comparou a situação atual com a do mesmo período do ano anterior. À época, a previsão de crescimento global era de 2,6% para este ano.

Segundo o FMI, os riscos de uma severa recessão global se elevaram após a pandemia. “Há agora uma probabilidade de 5% de ocorrer uma queda abaixo de 7,4%”. De acordo com a instituição, esse nível de probabilidade é o de “um evento que acontece uma vez a cada 20 anos”.

Arthur Guimarães

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