Fitch reduz nota de crédito da Argentina para “CCC”

A Fitch Ratings (agência de classificação de riscos) mudou nesta sexta-feira (16), a colocação de inadimplência de emissor cambial de longo prazo (IDR) da Argentina. O país foi rebaixado de “B” para “CCC”.

Segundo a agência, a queda na colocação da Argentina é por conta do alto índice de incerteza política após as prévias políticas do último domingo (11).

A expectativa de piora do cenário macroeconômico e a deterioração das condições financeiras também contribuíram para a desconfiança atual de uma reestruturação no país.

Riscos ao financiamento e à liquidez aumentam

Em nota, a Fitch disse que acredita que os riscos ao financiamento e à liquidez aumentaram.

Para a agência, o governo precisa conseguir refinanciar os títulos de curto prazo (aproximadamente três quartos do total de US$ 24 bilhões devem vencer até o fim de 2019).

Caso o governo da Argentina não consiga refinanciar, o país poderá voltar a ter problemas de financiamento.

BC argentino tenta estabilizar o câmbio

O Banco Central (BC) da Argentina adotou na última quinta-feira (15) uma medida para estabilizar o câmbio no peso em relação ao dólar.

Os contratos de dólares futuros dos bancos do país serão limitados a um teto de 5% em relação ao ano anterior. A decisão foi motivada pela queda repentina do câmbio da moeda argentina em relação a moeda norte-americana.

Saiba mais: Bancos da Argentina venderão dólar para tentar estabilizar o câmbio

Além disso, o BC argentino estabelecerá um valor máximo de moeda estrangeira que os bancos poderão ter em espécie.

Dessa forma, as instituições financeiras deverão vender parte dos dólares que possuem. A expectativa do governo é que a venda aumente a oferta de dólares, reduzindo a cotação do câmbio no mercado.

Primárias na Argentina

No último domingo (11), o presidente da Argentina, Mauricio Macri, foi derrotado nas eleições primárias. Macri perdeu para a chapa de Alberto Fernández, candidato de centro-esquerda, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner.

Saiba mais: Macri é derrotado pela oposição nas eleições primárias argentinas

Fernández, do partido Frente de Todos, obteve 47,36% dos votos. Em contrapartida, Macri, do Propuesta Republicana, obteve apenas 32,23%.

Macri declarou que conversou com Fernández via telefone após a derrota.

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“Acabamos de ter uma boa e longa conversa telefônica com Alberto Fernández. Ele prometeu colaborar de todas as maneiras possíveis para que esse processo eleitoral e a incerteza política que isso gera afetem o mínimo possível a economia argentina”, escreveu o atual presidente da Argentina.

Rafael Lara

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