Fitch mantém rating do Brasil em BB-, com perspectiva estável

A agência de classificação de riscos Fitch Ratings reafirmou a nota soberana do Brasil em BB-, com perspectiva estável. Assim, o País está três patamares abaixo do grau de investimento.

A agência apontou diversos fatores como influentes na nota do Brasil. Dessa forma, a fraqueza estrutural das contas públicas e o alto endividamento do governo foram citados. Além disso, a Fitch Ratings destacou a necessidade da aprovação da reforma da Previdência. A agência classificou o andamento da proposta como “completo fracasso”.

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“Desafios fiscais continuam a pesar com força sobre o perfil de crédito e tornam o Brasil vulnerável a choques. Um completo fracasso em avançar com a reforma não pode ser descartado”, declarou, em nota.

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Além disso, a agência afirmou que apenas a aprovação da reforma da Previdência não basta para organizar as contas públicas. “A Fitch acredita que a aprovação da reforma da Previdência é necessária, mas não suficiente para melhorar de forma significativa a perspectiva de curto prazo para as finanças públicas e para cumprir o teto de gastos nos próximos anos”, completou.

O relator da PEC afirmou que pretende entregar o relatório até o próximo dia 15. O parecer de Samuel Moreira (PSDB-SP) deverá ser votado na Comissão Especial para só depois ir ao plenário. Entretanto, a agência de classificação de riscos desconfia também do processo de votação.

“Embora a Fitch acredite que as chances de a reforma previdenciária ser aprovadas parecem mais altas do que antes das eleições… adiamentos e diluição da reforma são prováveis”, apontou a agência.

Fitch destaca baixo crescimento

Por sua vez, a baixa previsão de crescimento do Brasil também contribuiu para a nota da Fitch. A agência rebaixou a previsão para o Produto Interno Bruto do país em 2019. Dessa forma, a expectativa de crescimento do Brasil em 2019 passa a ser de 1,5%. Além disso, em 2020 a projeção é de 2,5%. Antes disso, os números da Fitch para o PIB brasileiro eram:

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  • 2019 – 2,1%;
  • 2020 – 2,7%.

A corrupção foi outro fator citado como agravante de um cenário político difícil. Isso porque os casos de corrupção afetaram o andamento da agenda de reformas. A Fitch Ratings ainda citou as consequências do desastre da Vale, em Brumadinho (MG). Por sua vez, a crise na Argentina também foi apontada como fator influente.

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Beatriz Oliveira

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