Grana na conta

Fed expressa incertezas sobre rumo da taxa de juros nos EUA

Os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) expressaram dúvidas quanto ao futuro da política monetária dos Estados Unidos. A ata do encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) realizado em dezembro foi divulgada nesta quarta (9).

“Os membros concordaram que o momento e o tamanho dos futuros ajustes na taxa de juros dependeriam de sua avaliação das condições econômicas realizadas e esperadas em relação aos objetivos máximos de emprego e inflação”, dizia o documento do Fed.

O receio dos mercados com a economia global foi o principal fator para a mudança no rumo dos negócios, conforme avaliação dos dirigentes do Fed. Eles destacaram que há maior preocupação das empresas com a economia global e indicaram que é importante avaliar os riscos antes de mexer novamente na taxa de juros.

O documento relata a observação de vários dirigentes quanto a uma contínua fraqueza do mercado imobiliário. Mas enfatizaram que o investimento fixo das empresas se manteve sólido, apesar de uma desaceleração. Sinalizaram também que as condições do mercado de trabalho continuaram fortes, enquanto houve melhora na participação da força de trabalho nos EUA.

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O Brasil foi citado na ata. O Fed afirmou que, fora dos Estados Unidos, o crescimento econômico de países emergentes em ritmo moderado no terceiro trimestre de 2018 compensou a perda de fôlego de economias desenvolvidas. O documento diz que “o crescimento no Brasil e no México se recuperou da fraqueza transitória do segundo trimestre, compensando a desaceleração na China e na Índia”.

Confiro o trecho da ata do Fed acerca da economia externa

“O crescimento de economias externas se manteve num ritmo moderado no terceiro trimestre, uma vez que a recuperação nas economias dos países emergentes praticamente compensou a desaceleração do crescimento nas economias avançadas. Entre os emergentes, o crescimento no Brasil e no México se recuperou da fraqueza transitória do segundo trimestre, compensando a desaceleração na China e na Índia. A suavidade no crescimento das economias avançadas refletiu parcialmente fatores temporários, incluindo desastres naturais no Japão e a adoção de novos testes de emissão de gases na Alemanha. Os indicadores de atividade econômica no quarto trimestre foram consistentes com a continuidade do moderado crescimento econômico externo. A inflação externa caiu nos últimos meses, refletindo em larga medida uma resistência significativa dos preços mais baixos do petróleo.”

Guilherme Caetano

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