Maior rede de farmácias dos EUA avalia vender a Onofre e deixar o Brasil

A CVS Health, maior rede de farmácias dos Estados Unidos, avalia tirar suas operações do Brasil, onde ela é dona da Onofre. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

Tendo fracassado na tentativa de conseguir alavancar o negócio, a CVS iniciou tratativas com bancos para conseguir vender a Onofre. A marca de farmácias não conseguiu fazer frente às gigantes como Raia Drogasil e a DPSP (fusão das drogarias Pacheco e São Paulo). A empresa americana cogita até vender a operação por menos que os R$ 700 milhões gastos na compra, em 2013.

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A Onofre teve receitas de R$ 700 milhões em 2017 e anunciou em 2018 que passaria a concentrar investimentos na expansão das vendas digitais. Três anos atrás, não notando melhora no crescimento orgânico da rede, a CVS tentou apostar alto e adquirir a DPSP, mas as negociações naufragaram.

A CVS tem 10 mil lojas e um faturamento de US$ 194,8 bilhões nos Estados Unidos. Cenário bem diferente do que conseguiu construir no Brasil. A Onofre ocupava a 8ª posição no setor de farmácias em 2012, antes da venda para a gigante americana. Desde então, passou para o 17º lugar em 2016 e saiu da lista das 20 maiores no ano seguinte.

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Apesar de despencar no mercado, a rede conseguiu aumentar de 44 unidades em 2013 para as atuais 51. Desse total, apenas três ficam fora de São Paulo. Comparada à Raia Drogasil, a Onofre é pequena. A líder do setor possui 1,8 mil lojas.

Além disso, a CVS trava uma briga com a família Onofre, fundadora da marca. A disputa culminou numa arbitragem em 2016. A companhia americana questionou os antigos donos acerca de passivos trabalhistas e fiscais não listados no momento da transação.

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Segundo especialistas ouvidos pelo jornal, as operações da Onofre não fazem sentido para os americanos. “O mercado ficou muito surpreso com a entrada do grupo CVS no Brasil. O mercado de varejo farmacêutico no Brasil movimenta cerca de US$ 20 bilhões, enquanto a CVS fatura quase US$ 200 bilhões sozinha”, declarou o presidente da Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto.

Guilherme Caetano

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