Exxon alerta para baixa contábil de 20% por queda no preço do petróleo

A petroleira Exxon Mobil alertou nessa quarta-feira (5) que a queda nos preços do petróleo e gás pode levar a uma contração de 20% no balanço patrimonial da empresa.

O Teste de Impairment da Exxon toma em conta a revisão das premissas de preços do petróleo no longo prazo, já que a petroleira considera que os efeitos do coronavírus (covid-19) na economia serão duradouros. Se os preços abaixo do normal persistirem pelo resto do ano, “certas quantidades de petróleo, betume e gás natural não se qualificarão como reservas comprovadas no final de 2020”, disse a empresa em um documento regulatório nesta quarta-feira.

Estima-se que um impacto de 20% seria o equivalente a quase 4,5 bilhões de barris de petróleo bruto. Trata-se de uma quantidade suficiente para abastecer todas as refinarias na costa do Golfo dos EUA por 18 meses.

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A enorme mina de areias petrolíferas Kearl da empresa em Alberta, nos Estados Unidos, foi o único ativo específico apontado como uma vítima potencial de qualquer revisão no final do ano. Em um documento separado, a empresa informou que uma porção indeterminada das reservas de petróleo em Kearl pode estar ameaçada.

Além disso, a Exxon decidiu não aguardar até o período tradicional de final de ano para revisar suas reservas no balanço patrimonial. Depois de reduzir seu orçamento de perfuração em US$ 10 bilhões para lidar com o colapso do mercado causado pela disseminação do vírus, a empresa disse na quarta-feira que removeu cerca de 1 bilhão de barris de petróleo de seus livros.

Preço do petróleo movimentou o mercado em 2020

A última revisão significativa das reservas da Exxon foi em 2016, quando removeu alguns de seus ativos de petróleo no Canadá de seus livros, embora mais tarde tenha acrescentado novamente alguns deles.

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A medida da Exxon se assemelha à da petroleira britânica BP que, em junho, atualizou o valor recuperável de seus ativos e anunciou uma baixa contábil entre US$ 13 bilhões e US$ 17,5 bilhões. E à da petroleira Royal Dutch Shell que anunciou uma baixa contábil de até US$ 22 bilhões devido à queda no preço do petróleo.

Daniel Guimarães

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