Expectativas de inflação não foram contaminadas por depreciação do câmbio, diz BC

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou, nesta terça-feira (28), que o movimento de depreciação do real frente ao dólar não influenciou as expectativas de inflação do mercado.

Campos Neto, inclusive, ressaltou que ocorreu “a chamada inflação implícita até caiu em alguns trechos da curva de juros“, o que significa que os agentes não viram uma contaminação do movimento no câmbio no caminho da inflação no futuro, segundo relatou o jornal “Valor Econômico”. 

O executivo explicou que o BC têm olhado uma série de elementos quando estuda o câmbio:

  • Piora de percepção de risco
  • Impacto em expectativas de inflação
  • Onde estaria uma demanda, seja no mercado à vista ou no derivativo (no caso de intervenção)

Nas últimas semanas, Campos Neto salientou que a depreciação do câmbio veio com queda nas métricas de risco, diferentemente de outros momentos na história.

Segundo o BC, o movimento teria ocorrido, na verdade, em decorrência das operações de pré-pagamento de dívidas fora do Brasil, portanto, a demanda por moedas estaria no mercado à vista.

Inflação não tem sido influenciada pelo câmbio

O presidente da autoridade monetária do País explicou que o movimento do câmbio não gerou uma contaminação nas expectativas de inflação. Ao comentar sobre o comportamento benigno da inflação implícita, ele disse que “não houve preocupação com contaminação na inflação à frente”.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-1.png

Campos Neto ressaltou que a procura pelo dólar não se deve à busca por hedge (proteção), como, por vezes, é comentado no mercado. O executivo chegou a essa leitura ao observar que a demanda não era por derivativos, ou swap, mas sim por moeda à vista.

Saiba mais: Confiança do comércio cresce a atinge maior patamar em quase um ano, diz FGV

“Estamos num ambiente novo. O movimento de dívida privada, com mais liquidez local, tem feito com que gestores, alguns CFOs de empresas façam essa mudança”, disse Campos Neto. “Prestamos atenção no câmbio, se influencia variáveis de risco e se contaminam canais de inflação via expectativas”.

Para o presidente do BC, esse movimento de câmbio é muito diferente do que acontecia no passado, dessa forma, não pressiona a inflação.

Jader Lazarini

Compartilhe sua opinião